Fraude digital

Uma imagem de WhatsApp da Turma da Mônica pedindo dados de cartão de crédito dos pais para as crianças pode até ser fake news, mas a desatenção do brasileiro com informações financeiras em meios digitais é bastante real.

No período de 12 meses encerrado em agosto, 12 milhões de consumidores foram vítimas de fraude, segundo levantamento do SPC Brasil e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). O resultado é um prejuízo de R$ 1,8 bilhão – valor superior aos gastos previstos para a Polícia Federal neste ano no Orçamento do Ministério da Justiça.

Quatro em cada dez vítimas tiveram o cartão de crédito clonado ou pagaram por compras indevidas realizadas com documentos falsos confeccionados a partir de dados reais. Em quase metade dos casos, o golpe foi dado por meio da internet.

A empresa digital Cyxtera, especializada em segurança digital, avalia como algum tipo de campanha de “phishing” – a captura de informações pessoais e financeiras por e-mail ou mensagens em redes sociais.

O SPC Brasil estima que apenas 17% dos consumidores se encaixam no perfil de baixo risco quando o assunto é segurança. Mas cuidados simples podem ajudar as pessoas a se blindarem contra fraudes. Um dos principais é jamais confirmar informações pessoais ou bancárias por meios digitais ou telefone – empresas possuem serviços oficiais de atendimento ao cliente, e o melhor é sempre procurá-los antes de fornecer os dados.

Outra fonte de problemas são as ofertas de prêmios e vantagens. Suspeite, mesmo que elas venham com imagens semelhantes às de empresas reais; no reino da fraude, essa é uma das práticas mais comuns. E lembre-se sempre: ganhar dinheiro fácil e sem trabalho só existe no mundo do faz de conta.