Hora de cautela

A confirmação de um caso suspeito de coronavírus em uma jovem de 22 anos em Belo Horizonte colocou as práticas de proteção contra essa epidemia no radar das autoridades brasileiras. O Ministério da Saúde elevou o nível de alerta para perigo iminente, a fim de intensificar os esforços de monitoramento de casos suspeitos e adotar medidas de prevenção à entrada de viajantes possivelmente infectados – principalmente em uma época de aumento do fluxo de turistas com a aproximação do Carnaval.

Segundo o ministro Henrique Mandetta, todos os dias 250 pessoas, em média, chegam ao Brasil vindas de várias partes da China. Não há dados específicos de viajantes de Wuhan, o epicentro do surto.

Outro ponto de atenção é o dos brasileiros na região. Segundo o Itamaraty, entre moradores e profissionais a trabalho no exterior, há cerca de 70 brasileiros hoje em Wuhan. Um grupo de 30 deles, de acordo o jornal “O Globo”, havia solicitado a evacuação pelo governo brasileiro, a exemplo do que Estados Unidos, França, Japão, Alemanha e Espanha estão discutindo.

Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também havia elevado o risco de alastramento internacional do vírus de “moderado” para “alto”, com a identificação de mais de 4.000 casos em pelo menos 15 diferentes países. Mas ressalta que a origem do surto ainda está concentrada na província chinesa.

Ainda não há casos confirmados do coronavírus no Brasil, muito menos registros de contágio no país. Por isso, apesar da gravidade da doença respiratória, é importante não abrir brechas para a desinformação e o pânico, que nada contribuem para o combate ao problema e sobrecarregam os serviços de saúde num momento que já é crítico por causa das chuvas.