Com o nível de investimento atual em infraestrutura, o Brasil não consegue manter estradas, ferrovias, portos, aeroportos e outros projetos. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o país investiu apenas 1,5% do PIB no setor no ano passado. Um nó que trava o desenvolvimento do país e está na base de problemas como o desemprego, a falta de saneamento e o caos no transporte.
De acordo com o estudo, para manter e ampliar a infraestrutura, o investimento anual deveria ser de 4% do PIB, ou seja, mais que o dobro do volume atual. O valor investido hoje seria ainda menor se não fosse a participação do setor privado, que corresponde a 70% do total aplicado. A participação da iniciativa privada se intensificou nos últimos anos. As concessões e parcerias com o setor produtivo são importantes, mas não são capazes de atingir o volume de aporte necessário nos próximos anos.
Para se ter ideia do caminho a ser percorrido, o investimento em transporte, hoje na casa dos 0,27% do PIB, deveria ser cinco vezes maior para destravar os gargalos do setor de logística no país, de acordo com o estudo da CNI. Esses obstáculos aumentam o chamado “custo Brasil”, encarecem a cadeia de produção e diminuem a empregabilidade.
Vale destacar que o investimento em infraestrutura em relação ao PIB vem caindo há décadas. Desde 1947 pelo menos, o governo federal não investe tão pouco quanto agora, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para reverter a tendência de queda em investimento na infraestrutura do país, além de vontade política e competência administrativa, o governo precisa de mais espaço orçamentário. Daí a urgência de se discutir reformas estruturais e propor mudanças no teto de gastos.