A liberdade está entranhada na cultura política dos Estados Unidos. A Revolução Americana, em 1776, inspirou outros movimentos, como a Revolução Francesa, em 1789, que marcaram a queda do absolutismo e o crescimento dos governos liberais. Tocar nesse ideal desperta repulsa no conjunto da sociedade norte-americana e, devido ao poder de influência daquele país, defensores da liberdade pelo mundo temem uma fissura no que consideram o berço da liberdade. Por isso, o embate entre o presidente Donald Trump e as redes sociais tende a repercutir.
O republicano, na quinta-feira (28), assinou um ato que permitiria que sites como o Twitter sejam responsabilizadas caso excluam o conteúdo postado por seus usuários. A medida é contestada por juristas e ainda não tem valor prático.
Atualmente, as redes sociais podem excluir mensagens que julgarem falsas. Essa prerrogativa, na visão de Trump, dá aos sites o poder de censurar discursos com os quais elas não concordam.
Por outro lado, interferir no direito das plataformas de comunicação de moderar o conteúdo que transita em suas páginas, por si só, pode ser considerado um ato de cerceamento da liberdade destas empresas por parte do Executivo. Por isso, muitos consideram que a atitude do presidente possa gera um efeito contrário do que ele diz pretender causar.
A tecnologia parece estar a um passo à frente das leis. É um desafio proteger a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, evitar que a calúnia e a desinformação provoque danos à sociedade. Tempos como o atual, de crise sanitária, tornam essa missão ainda mais delicada.
Apesar dos avanços técnicos, a essência das relações humanas segue inalterada, e moderação, diplomacia e liberdade continuam sendo necessárias na política.