A ação de menores no crime foi alvo da Polícia Civil na manhã de ontem. A operação MBA, que já está em sua 12ª fase, visa coibir tráfico de drogas, roubos, furtos e homicídios cometidos por adolescentes, muitas vezes, instrumentalizados por organizações criminosas.

Até o fim do ano passado, segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), havia cerca de 22 mil jovens internados em 461 instituições socioeducativas no país. Minas Gerais é o terceiro Estado em números absolutos, com 1.518 internos, atrás apenas de São Paulo e Rio. É também o terceiro em volume de guias de atos infracionais emitidas por tribunais: mais de 7.400 nos primeiros seis meses deste ano.

Em todo o país, tráfico de drogas e atividades relacionadas são as que mais envolvem os menores, com 23.817 registros de janeiro a junho deste ano. Em seguida vem o roubo majorado (com uso de armas ou concurso de agentes, por exemplo), que somou 12.249; e furtos, com mais de 3.000 registros – número semelhante ao de homicídios simples e qualificados.

Por haver cada vez menos oportunidades de ascensão social e de renda, organizações criminosas se tornam uma opção sedutora para jovens que, em vez de estudarem para se tornarem advogados, médicos ou professores, se “graduam” como olheiros, vapores (vendedores de droga) e soldados, cuja agressividade e violência nada ficam a dever às praticadas pelos adultos. Não é sem razão que a operação policial de ontem é batizada de MBA, sigla do mais elevado título do aprendizado gerencial.

Ao lado da necessária repressão, é preciso combater a desigualdade social, investindo em prevenção, educação e capacitação para fazer com que esses jovens passem a portar diplomas em vez de pistolas e fuzis.