EDITORIAL

O voto da razão

A chamada velha política sofreu a sua mais dura derrota


Publicado em 08 de outubro de 2018 | 03:00
 
 
 
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A chamada velha política sofreu, nas eleições gerais realizadas ontem em todo o Brasil, a sua mais dura derrota, depois de ter tido todo o poder depois da redemocratização e não fazer nada, na assertiva de Vittorio Medioli, em sua coluna em O TEMPO.

Em Minas Gerais, contrariando as pesquisas das últimas semanas, figuras de fora da dobradinha PT-PSDB, a maior parte delas ligadas ao deputado Jair Bolsonaro, que fez carreira no Congresso integrando o chamado “baixo clero”, agora se projeta nacionalmente.

Em desigualdade de condições, Bolsonaro, eleito para o segundo turno com vantagem ampla, soube utilizar o potencial de indignação em trânsito nas redes sociais para representá-la nacionalmente, em confronto direto com seu adversários, sobretudo aos ligados ao Partido dos Trabalhadores.

O fenômeno remete a Fernando Collor de Mello, que assumiu nos braços do povo e saiu escorraçado. Lá, o impulso inicial foi a repulsa à política exercida por José Sarney; agora, a aversão é ao petismo e à sua “incapacidade de governar”, conforme ainda Medioli.

Jair Bolsonaro levou a melhor ontem. Já no primeiro turno ele capturou o voto útil verificado com a desidratação de Marina Silva e Geraldo Alckmin, o que por pouco não levou a disputa para o segundo turno. Agora, vem outra eleição, mais acirrada e mais verdadeira.

Vão disputar o segundo turno os dois líderes na rejeição dos eleitores. Com mais de 40% de repulsa, os dois têm o veto irrevogável do outro lado, de maneira que qualquer resultado deste pleito vai representar uma população de quase maioria descontente. E mais que isso, em oposição direta ao governo. Em Minas, as pesquisas erraram feio. O governador Fernando Pimentel está fora do páreo. O segundo turno, surpreendentemente, será entre Romeu Zema e Antonio Anastasia, Viana perdeu a primeira vaga no Senado para Pacheco. Dada como favorita, Dilma não terá vez. O primeiro voto foi dado, em parte, pelo inconsciente. O segundo terá de ser o da razão.

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