Proteção às mulheres

As medidas protetivas são uma importante ferramenta no combate à violência contra a mulher. O mecanismo, porém, carece de aperfeiçoamento para dar conta da grande quantidade de mulheres ameaçadas. A cada 12 minutos, uma mulher entra com o pedido da proteção em uma delegacia de Minas Gerais, como mostra matéria de Clarisse Souza em O TEMPO. 

A ordem judicial nem sempre é emitida a tempo de inibir o potencial agressor. Ainda há os casos em que a mulher se sente constrangida, por diversos meios, e não chega a comunicar o risco que corre à autoridade policial.

A falta de informação e de apoio distancia a mulher da busca pelos seus direitos. A dependência financeira do agressor, em muitos casos, é outro fator intimidador. Para livrar a mulher dessa complexa armadilha, é fundamental uma rede de apoio formada por órgãos institucionais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e equipamentos públicos.

Apesar dos avanços na esfera legal, como a Lei Maria da Penha, ainda é muito forte na cultura a ideia de que agressões verbais e até físicas são uma questão restrita ao casal. Uma visão errônea que alimenta o ciclo de violência e mantém a vítima em silêncio. A sociedade civil e os agentes públicos devem estar preparados para ouvir e acolher quem pede socorro.

Uma unidade básica de saúde ou um hospital, por exemplo, podem ser eficientes na identificação de mulheres que estão em um ambiente de violência doméstica. 

Essas instituições devem estar munidas de equipe multidisciplinar composta por profissionais como assistentes sociais, psicólogos e advogados. Para isso, é fundamental o investimento em políticas públicas voltadas especificamente para a construção dessa rede de apoio.