A redução da retirada de água na bacia do rio das Velhas ressuscitou o medo do racionamento e da repetição da crise hídrica que assolou o Estado há cerca de quatro anos. Ao longo de 43 municípios, residências, lavouras e indústrias – várias delas com peso significativo no PIB estadual – serão atingidas pela restrição de até 50% no volume de captação.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas alerta que a situação é crítica e cobra do poder público a adoção de mecanismos que preservem o ciclo da água.

Ainda está na memória dos mineiros a promessa feita pelo então governador Fernando Pimentel, em 2015, de que não faltaria água na região metropolitana por 20 anos. Ele baseava seus cálculos na estação de tratamento inaugurada no rio Paraopeba e visava acalmar os temores de um Estado que chegou a ter 266 municípios em estado de emergência durante a crise hídrica.

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho contaminou as águas do Paraopeba de rejeitos de minério e, além de frustrar a garantia dada pelo político, afundou na lama um investimento de R$ 128 milhões.

Com isso, o sistema do rio das Velhas foi sobrecarregado, e a vazão de água está abaixo de 70% dos volumes normais.

No início do mês, foi autorizada a captação de 5.000 litros por segundo de água num ponto 12 km acima do local do rompimento da barragem. E, ainda que o custeio fique a cargo da mineradora, sua conclusão está prevista para somente daqui a 12 meses.

Enquanto isso, a população terá que contar com os caprichos das chuvas – escassas desde o início de julho – ou com o sacrifício dos consumidores num momento em que temperaturas e baixa umidade atingem marcas históricas.