Editorial

Torcida pela saúde

Volta do público aos estádios na pandemia


Publicado em 28 de julho de 2021 | 03:00
 
 
 
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O retorno do público aos estádios em meio à pandemia é uma questão sensível. Por um lado, é compreensível que torcedores há cerca de 16 meses longe de seus times estejam ávidos pelo retorno. Ainda mais num momento em que os índices da pandemia apresentem uma melhora significativa – por dois dias seguidos, o número de mortos em Minas está abaixo de 40, e a situação das UTIs está bem longe do crítico período do colapso hospitalar.

Por outro, os cientistas ainda recomendam cautela ao analisar os resultados das primeiras pesquisas sobre público em atividades esportivas de alto interesse.

No começo de julho, o governo britânico divulgou os resultados preliminares da primeira fase da análise dos eventos realizados entre abril e maio. De 55 expectadores que compareceram às partidas, apenas 28 testaram positivo para o Sars-CoV-2. Os pesquisadores da London School of Medicine e membros do conselho científico do Events Research Program, contudo, observaram que apenas 15% dos que compareceram aos jogos retornaram para fazer os testes e que as medições não contemplaram o novo pico da pandemia na Inglaterra, agravada pela variante delta.

A Holanda, onde o programa Field Lab desenvolveu protocolos que permitiram a liberação de eventos esportivos para os torcedores, voltou a fechar as portas após as taxas de infecção no país aumentarem 500%, segundo informou o site da revista “Nature”.

Diante das incertezas, uma reabertura dos estádios bem-sucedida dependerá do comportamento responsável do público e da obediência rigorosa aos protocolos de distanciamento e prevenção, bem como do uso de máscaras, além da aceleração da vacinação, o que é, certamente, a maior torcida de todos os brasileiros.

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