O mundo espera angustiado por boas notícias desde que a pandemia do novo coronavírus se instalou. Essa ansiedade é justificável, já que o número de infectados passa de 2,5 milhões no planeta, e o noticiário não pode fugir à realidade. Mesmo diante desse cenário, os termos “reabertura” e “flexibilização” começaram a pipocar em diversas línguas nesta semana.
De forma gradual e seguindo as orientações da OMS, países europeus se mexem no fio da navalha. A Alemanha, por exemplo, reabriu na última segunda-feira estabelecimentos comerciais com menos de 800 m², mas cancelou a edição deste ano da Oktoberfest, evento tradicional que ocorre desde 1810. A Espanha libera aos poucos o retorno de setores como a construção civil.
A pressão pela flexibilização da quarentena, motivada por fatores econômicos e políticos, também está presente no Brasil. As medidas restritivas, é claro, serão aliviadas ao passo em que as condições de saúde permitirem, como acontece em alguns municípios.
Hoje o Estado de São Paulo deve apresentar um plano de reativação gradual das atividades, a ser implementado a partir de maio, baseando-se em estudos de uma equipe multidisciplinar, guiada pela ciência.
O que precisa ficar claro antes de se adotar qualquer medida como essa é que o coronavírus é um inimigo ainda não conhecido completamente e que ficará à espreita.
A já complexa tarefa de administrar uma nação, um Estado ou um município tem agora um componente que agrega mais imprevisibilidade à gestão pública.
O líder desse novo tempo, assim como o Moisés da Bíblia, necessita de organização, inteligência, sobriedade e capacidade de obter confiança para guiar a população até a saída de uma crise que ninguém sabe ao certo quando vai terminar.