União pela vacina

Saúde é uma questão de políticas públicas no país, mas que, com o agravamento da pandemia da Covid-19, não pode prescindir da mobilização de esforços e da solidariedade da iniciativa privada. Como, por exemplo, o Movimento Unidos pela Vacina, que agrega representantes do setor produtivo em todo o país.
 

A iniciativa, em articulação com administrações municipais, busca mapear a infraestrutura necessária para o sucesso da campanha de imunização, oferecendo expertise e recursos para logística, insumos e equipamentos necessários ao trabalho dos agentes de saúde. Por exemplo, a oferta do segmento farmacêutico de oferecer seus mais de 5.000 pontos de atendimento para multiplicar a capacidade e a capilaridade dos postos de vacinação. Outro caso é o de um grupo de 40 empresas que destinaram R$ 180 milhões para o aperfeiçoamento da fábrica de imunizantes do Instituto Butantan.

Os esforços, mais que bem-vindos, são essenciais para deslanchar a imunização. Desde a segunda quinzena de janeiro até o fim de fevereiro, pouco mais de 5,5 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina, e apenas 1,4 milhão completaram o ciclo, com duas doses – infinitamente longe dos mais de 60% da população necessários para a chamada “imunização de rebanho”.

Além de salvar vidas, o envolvimento da iniciativa privada visa também preservar a economia. Analistas preveem que, com os atrasos na vacinação e os crescentes gastos para combater a pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 0,4% no primeiro trimestre após uma queda estimada em 4% em 2020. Isso prova, uma vez mais, que saúde e economia são elos indissociáveis nesta pandemia e que seus problemas devem ser tratados harmonicamente.