Frederico Jota

Copa Centenário de BH, 25 anos. Deixou saudade?

Competição que trouxe gigantes europeus a BH teve erros e acertos e deixou o desejo de mais encontros desse tipo

Por Frederico Jota
Publicado em 09 de agosto de 2022 | 16:17
 
 
 
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Em 9 de agosto de 1997, há exatos 25 anos, Atlético e Cruzeiro disputaram a final da Copa Centenário de Belo Horizonte em um Mineirão completamente diferente, sem as cadeiras, com geral e pouco menos de 40 mil pagantes. O cenário do estádio e da cidade era bem diferente e ambos passaram por uma grande modernização, assim como os clubes locais, que ganharam várias taças nacionais e continentais desde então. O torneio deixou saudade pelo fato de oferecer ao público mineiro a oportunidade de ver gigantes europeus em campo, fato que nunca mais aconteceu.

Em O Tempo Sports, eu e o companheiro Frederico Teixeira falamos um pouco sobre como foi a cobertura do torneio na época e o que mudou em Belo Horizonte desde então. Vejam:

 

E por que não tem mais como? Ter um Milan (com Maldini, Weah e Costacurta) ou um Benfica (com Gamarra) em pleno agosto foi um fato proporcionado não só pela comemoração em si, do centenário, como pelo fato de o calendário ser muito diferente na época. O Brasileirão era mais curto e com regulamentos bem discutíveis, o que dava espaço para encaixar alguns torneios amistosos. Não tem comparação o fato de os pontos corridos serem melhores e mais justos, mas uma eventual adaptação ao calendário europeu poderia permitir mais esse intercâmbio e torneios desse tipo.

Copa Centenário: fracasso de público, mas com grandes potências em BH

Em 1997, jogos à tarde em dias de semana, com o Cruzeiro em meio a uma final de Libertadores e com clubes com outros objetivos levaram poucas pessoas aos estádios da capital, o que foi um fiasco, apesar das boas lembranças, especialmente as deixadas pelo Milan na cidade. Hoje um clube italiano desse porte levaria mais gente até mesmo pela maior exibição de futebol europeu no país.

Milan, Benfica e Olimpia: quase todo mundo com a força máxima

Mas é fato também que os gigantes europeus têm hoje à disposição um mercado muito maior em outros continentes e, com a facilidade de um calendário mais próximo, conseguem circular com mais tranquilidade na Ásia e na América do Norte, mercados consumidores que atraem esse tipo de visita. Para o Brasil reverter isso, é um longo processo.

Como Belo Horizonte mudou em 25 anos, de 1997 a 2022

O futebol brasileiro se modernizou, tem um calendário ainda carente de ajustes, mas é bem melhor do que era em 1997. Para atrair gigantes europeus novamente ou mesmo eventualmente, pode demorar um bocado. E isso passa até mesmo pelas marcas dos clubes do país, ainda pouco conhecidas no Velho Continente. A interação pode ser maior, melhor e mais atrativa. E trazer retornos técnicos e de marca para que visitas como as que ocorreram na Copa Centenário não sejam apenas lembranças distantes.

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