Os atributos de Deus são infinitos. Ele é onisciente, onipotente, onipresente e onividente. E João ensinou que Deus é amor (1 João 4: 8). Quer dizer que Dele só emana o amor. E quem não precisa de amor e não quer ser amado?

Muitos afirmam que o homem inventou Deus. E foi Voltaire, se a memória não me trai, que afirmou que se Deus não existisse, nós teríamos que o inventar! Na verdade o homem descobriu Deus. Porém, os teólogos tanto quiseram definir Deus, que acabaram antropomorfizando-o, atribuindo-lhe características humanas imperfeitas. Mas tudo que Deus faz jamais poderá terminar mal. Assim, o projeto de criação do homem nunca, jamais, poderia dar errado, terminando com condenações irremediáveis ou para sempre da essência do homem, que é seu espírito santo imortal.

Se apenas um só espírito humano acabasse num sofrimento sem fim, como ficaria o amor infinito de Deus para com esse espírito? Sabemos que alguém dirá que é o próprio espírito humano que se autocondenou para sempre. É errada essa ideia. Nenhum espírito quer ser condenado a um sofrimento para sempre, a não ser que ele fosse masoquista! O que ele quis, usando mal seu livre-arbítrio, foi alguma coisa errada, que resultou em um mal para com seu semelhante e, pois, numa desobediência à lei divina. Seria, então, o livre-arbítrio um mal? Não, menos ainda causa de uma condenação “eterna” e irremediável. A lei divina inexorável chamada lei de causa e efeito é de pena temporal. Ela, desobedecida, acarreta sofrimento ao responsável por ela. Realmente, colhe-se o que se semeia. “Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo” (Mateus 5: 26). Mas isso quer dizer também que, pago o último centavo, o espírito está quite e não vai, pois, pagar mais nada, o que joga por terra, totalmente, as chamadas penas “eternas”!

Pelas leis humanas, apesar de imperfeitas que elas são, variam de duração de acordo com a gravidade do crime que o indivíduo comete. Pelas leis divinas perfeitas, esse critério de justiça é ainda mais rigoroso. De fato, o indivíduo paga tudo até o último centavo, depois do que não vai pagar mais nada. Quem peca menos, paga menos! “A Lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”(Salmo 19: 7).

Mas os teólogos cristãos, embora tenham agido de boa fé, tanto queimaram pestana em suas elucubrações sobre a perfeita justiça divina, que acabaram transformando-a numa justiça humana imperfeita e até mesmo inferior a ela. Sim, pois pagar uma dívida por todas as eternidades é errado, o que é incompatível até com a justiça imperfeita humana! E aqui cabe uma ideia filosófico-teológica: faltas finitas não podem ser pagas com penas infinitas!

É verdade que a Bíblia fala em penas “eternas”. Mas a palavra grega bíblica “aionios”, traduzida por “eterno”, em português, significa tempo “indefinido”, “indeterminado”, e não “sem fim”. E é indefinido porque depende da quantidade de pecados que cada um tem.

E vamos terminar essa matéria com um dos exemplos bíblicos que confirmam a vitória absoluta de Deus no seu projeto de criação do homem; com o qual está também de acordo a verdade das nossas reencarnações na Bíblia e em vários segmentos científicos, através das quais vamos aperfeiçoando-nos e libertando-nos dos nossos erros, até passarmos pela porta estreita da salvação: “...Onde está, ó inferno, a tua destruição? Meus olhos não veem em mim arrependimento algum” (Oseias 13: 14)!

PS: “Presença Espírita na Bíblia” com este colunista, na TV Mundo Maior.