José Reis Chaves

Refletindo a respeito do racismo

A cor, seja ela qual for, nada tem a ver com o QI


Publicado em 08 de março de 2021 | 03:00
 
 
 
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Primeiramente, queremos deixar claro que não somos contrários às chamadas “cotas” que favorecem o ingresso dos indivíduos não totalmente brancos nas universidades. A cor dos seres da espécie humana nada tem a ver com o seu nível de inteligência.

Os antepassados dos negros, quando ganharam a sua justa libertação, entraram para a luta normal da vida sem receber nenhuma herança. Eram, pois, pobres ou até mesmo miseráveis. Sobre isso, tenho a alegria de dizer que um casal de escravos de meus avós maternos, depois da libertação dos escravos, quis continuar vivendo normalmente com meus avós, como era antes, até morrerem, pois, graças a Deus, eram respeitados e até mesmo tidos como membros da família.

Os descendentes dos escravos são mesmo geralmente pobres, e o sistema de cotas para eles ingressarem nas universidades não deixa, pois, de ser uma ajuda muito justa e merecida. E exatamente por serem pobres, estudaram em escolas públicas, que, em sua maioria, são inferiores às particulares e cujos professores são funcionários públicos, que, geralmente, trabalham mal. É muito comum a frase na boca do povo: funcionário público não trabalha. Aliás, em parte, o comunismo não deu certo porque as pessoas, em sua maioria, eram funcionários públicos, ou seja, empregados dos poderosos e privilegiados donos do poder. Hoje, as coisas estão diferentes. Os regimes comunistas evoluíram para uma mistura de comunismo e capitalismo. Há mesmo uma disputa capitalista entre uma nação e outra, sendo exemplo disso a disputa por mais lucro ou mais capital entre as transações comerciais dos respectivos produtos de exportação de cada país, de que é um exemplo o conflito comercial entre os EUA e a China.

Mas, retomando a questão do racismo, como já vimos, não se deve pensar que seja por causa da cor de uma pessoa não muito branca que ela precisa de certa ajuda nos seus estudos, mas por causa de suas condições econômico-sociais e históricas, que as colocam no mesmo nível dos pobres brancos. E estes não deveriam ter também uma ajuda para entrar nas universidades?

De fato, a cor – seja ela qual for: amarela, negra, branca ou mista – nada tem a ver com o nosso QI. Machado de Assis, além de ser o nosso maior escritor e fundador da Academia Brasileira de Letras, era negro. O primeiro arcebispo de Mariana, dom Silvério Gomes Pimenta, membro, também, da nossa citada Academia de Letras, era, igualmente, negro. E, no Concílio Ecumênico do Vaticano I, em 1870, na presença de milhares de bispos, arcebispos, cardeais de todo o mundo e do papa Pio IX, o discurso de dom Silvério, em latim, foi tão brilhante, que um bispo alemão disse para a plateia: “Niger sed sapiens” (“Negro, mas sábio!”). Isso foi um bom exemplo de que, já naquela época, até o próprio racismo já combatia o racismo!

Tradução do Novo Testamento Completo”, deste colunista: contato@editorachicoxavier.com.br e (31) 3635.2585.

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