A evolução dos espíritos humanos não cessa jamais. Ela é uma jornada, que começa com o primeiro passo, mas não tem o último, pois continuará pelas eternidades afora, até que o espírito, um dia, torne-se anjo bom, quando ainda continua evoluindo nos níveis angélicos. E assim, nós viajamos constantemente dos nossos instintos para uma inteligência, cada vez mais aprimorada, o que vale dizer também que nós caminhamos de nossas imperfeições para as nossas perfeições. Isso nos lembra desta passagem evangélica: “Conhecereis a verdade, e ela vos libertará” (João 8: 32). Os dois verbos no futuro mostram-nos que a conquista da verdade libertadora vai ser no futuro, ou seja, quando estivermos bem evoluídos através da nossa peregrinação terrena em numerosas reencarnações. E, realmente, em uma só encarnação, nós nem sabemos direito que rumo tomar! É o que acontece, por exemplo, principalmente com quem morre ainda criança ou vive entre tribos indígenas das mais afastadas da civilização do nosso mundo. E isso, sem falar nas crianças que já nascem mortas ou que, infelizmente, são abortadas!
A reencarnação é, pois, uma lei natural ou divina, que é como que um veículo em que nós, espíritos imortais, estamos viajando em busca da nossa perfeição e da verdade que nos libertará.
E, hoje, já é tão natural a crença na reencarnação, que até a folhinha ou calendário da Ed. Vozes, de 15 de janeiro de 2017, diz: Hoje, há católicos, principalmente jovens, que têm mais de uma religião e que creem na reencarnação. Parabenizámo-la por registrar essa grande verdade!
Mas por que a graça da salvação se tornaria capenga, se não existisse a reencarnação? Porque a graça nos é dada por Deus do melhor modo possível, mas o recebimento dela depende de nós. E nem sempre estamos em condições de recebê-la bem. É que por sermos imperfeitos, não sabemos valorizá-la o suficiente para, como se diz, darmos a ela as “boas-vindas!” E cada reencarnação é sempre uma nova oportunidade que Deus dá a nós, espíritos imortais, de nos libertarmos ou nos salvarmos. Se, pois, não houvesse essas oportunidades de novas vidas terrenas, que Deus nos confere para a nossa evolução e recebimento da graça da salvação, seria praticamente impossível a nossa passagem pela difícil porta estreita da salvação, que Jesus disse que muitos querem passar por ela, mas não podem, e nós acrescentamos que, por enquanto, há muitos que nem sequer querem passar por ela!
Até o Concílio Ecumênico de Constantinopla em 553, a reencarnação era aceita, normalmente, pelo cristianismo. Porém, por influência do imperador Justiniano e sua esposa Teodora, o citado concílio condenou a preexistência bíblica da alma com relação à concepção da criança no ventre materno. E, condenando a preexistência, foi condenada também a reencarnação, pois esta não existe sem a citada preexistência da alma. Assim é que muitos historiadores dizem que, na verdade, a Igreja não condenou a reencarnação. (Para saber mais, recomendo meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, Ed. EBM ou Megalivros, SP).
E, ainda com relação à graça, são Paulo ensina que onde abundou o pecado, superabundou a graça (Romanos 5: 20). Isso quer dizer que a graça jamais falta para ninguém. Mas o recebimento dela, como já foi dito, depende de nós. E, se houver apenas uma oportunidade de uma vida terrena dos espíritos imortais receberem essa graça, ela capenga!
PS: “Presença Espírita na Bíblia”, por este colunista, na TV Mundo Maior.