Vê-se também que, do valor acordado, a Vale já deduziu verbas apresentadas como despesas já por ela, a mineradora, realizadas antes de firmado o instrumento de acordo. Quem auditou esses valores? Quem precificou tais serviços que, na verdade, decorreram de sua irresponsável operação da barragem que matou quase 300 pessoas? Esse acordo, bem lido, é de dar ódio. Justificadamente. No mínimo, ninguém foi parar na cadeia pela irresponsabilidade da empresa que, repetimos, ocasionou a tragédia. Agora é a hora de se exigir que esse acordo seja uma realidade, um compromisso, por meio de seu efetivo cumprimento, e não uma carta de intenções, tampouco um favor que a Vale faz à região do Paraopeba e a Minas. No caso em especial desses R$ 3 bilhões, sua movimentação, aplicação e fiscalização são obrigações que envolvem o Ministério Público de Minas, a Defensoria Pública de Minas e o Ministério Público Federal. Nem a Vale, nem qualquer órgão do Estado de Minas Gerais.