O jornalista Sérgio Rodrigo Reis será o novo presidente da Fundação Clóvis Salgado, um dos espaços mais importantes da cultura e turismo de Minas. A nomeação foi publicada nesta sexta-feira (1/7) no "Diário Oficial". Mais cedo ele próprio confirmou a informação e conversou com exclusividade com o portal O TEMPO. Nos últimos dois anos, Reis esteve à frente da Empresa Mineira de Comunicação (EMC). Em seu lugar na EMC fica o diretor de conteúdo e programação, Luiz Henrique Yagelovic.
"O Palácio das Artes será do povo de Minas", afirmou Sérgio Rodrigo Reis, lamentando que, ao longo dos anos, a principal casa das artes do Estado tenha se comunicado pouco com a população, principalmente com o interior. "Os municípios não se sentem representados no Palácio das Artes", dispara.
Reis compara a situação da Fundação Clóvis Salgado com a EMC, que, segundo ele, tem muitas semelhanças. A curto e médio prazos, ele pretende desenvolver ações para democratizar a produção e acesso aos espaços. A longo prazo, sua proposta é a captação de projetos e recursos para garantir a continuidade das ações.
"Reis fala em abrir edital para que os artistas mineiros se apresentem no palco do Grande Teatro e difundir os shows pela rádio Inconfidência e TV Minas. Também frisa a importância de apoiar os corpos estáveis da Fundação e, principalmente, o Centro de Formação Artística (Cefar).
O novo presidente volta à Fundação Clóvis Salgado depois de 11 anos, quando atuou como diretor artístico. "O que mais me incomodava no palácio é que as pessoas passavam na porta, mas tinham medo de entrar. Se você perguntar aos gestores públicos, é uma minoria que já entrou no palácio. Está na hora de desmistificar o palácio e torná-lo mais acessível para todos", destaca.
Digitalização
Nos dois anos em que esteve na EMC, empresa responsável pela gestão da rádio Inconfidência e TV Minas, Sérgio Rodrigo priorizou levar o sinal da emissora para os 853 municípios. "A TV tinha uma programação repetida e só atingia 312 cidades, a maioria com sinal analógico. Já a rádio Inconfidência estava sem potência, a AM repetia a FM, e com problemas que refletiam na audiência", lembra.
Sua primeira medida foi implantar o projeto Gerais + Minas, sair do estúdio e levar às produções para o interior, diferenciar a programação da AM e FM e desenvolver uma programação televisiva voltada para a cultura mineira. A expansão do sinal veio com o programa Digitaliza Brasil para Minas, que garantiu investimentos de R$ 200 milhões, e aporte de R$ 100 milhões do governo estadual para atingir os 853 municípios.
Até o final deste ano, Reis afirma que a TV Minas chegará a 853 cidades do Estado. "Não será um, mas quatro canais, a TV Minas, dois canais voltados à educação e um outro a ser definido. Esse é um caminho sem volta, um legado histórico, porque nunca a TV atingiu mais de 500 municípios", vaticina. Ela ainda ressalta o lançamento da EMC Play, um canal de streaming que vai reunir toda a produção da TV e filmes gravados em Minas, que pode ser acessado pelo celular, como a Netflix.
Sérgio Rodrigo Reis é formado em jornalismo pela PUC Minas e artes plásticas pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG); pós-graduado em Estudos Diplomáticos pelo Centro de Direito Internacional da Faculdade Milton Campos; e mestre em Comunicação pelo Iphan/Unesco.