Por Isadora Silva
O Brasil registou um número recorde de mulheres empreendedoras em 2024, com mais de 10,35 milhões de mulheres à frente de negócios, representando cerca de 34% do total de empreendedores no país. Ao mesmo tempo, a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) divulgou que existem mais de 29 milhões de mulheres habilitadas, um crescimento de 43% nos últimos dez anos. Esses números evidenciam o potencial de mercado para negócios que unem autonomia financeira e mobilidade, como a franquia Mulheres Habilitadas.
A rede, fundada em São Paulo e especializada em treinamento de mulheres habilitadas que não dirigem por medo, trauma, insegurança ou falta de prática, já conta com 32 unidades em São Paulo, duas no Rio de Janeiro, uma em Belo Horizonte e iniciou expansão para Porto Alegre nesta semana.
Com o slogan “Empreenda com propósito”, o negócio utiliza uma metodologia que integra aulas práticas de direção a acompanhamento psicológico, apoiando mulheres na retomada da confiança ao volante.
De acordo com Emerson Lima, representante do time de Expansão da marca, o modelo de negócios conta com instrutores e psicólogos. O processo inclui aulas práticas de direção e sessões de terapia em salas específicas dentro das unidades, permitindo que o suporte psicológico aconteça até mesmo durante o trajeto, caso a aluna apresente bloqueios.
Investimento inicial
O investimento inicial na franquia é de cerca de R$ 130 mil, sendo R$ 60 mil referentes à taxa de franquia e R$ 70 mil à montagem da unidade. Lima explica que o valor pode variar conforme a negociação de aluguel, aquisição de veículos e adaptação do imóvel. A expansão é planejada com apoio de ferramentas de geolocalização para identificar regiões com maior potencial de público.
A estratégia de marketing está diretamente ligada ao processo de expansão. A franqueadora realiza estudos de mercado em cada região, identificando a quantidade de mulheres habilitadas, faixa etária e renda média local. Com esses dados, anúncios segmentados são veiculados, e a central de atendimento qualifica as alunas antes de encaminhá-las às unidades franqueadas.
O público atendido vai desde jovens recém-habilitadas até mulheres que buscam mais autonomia no trânsito em fases posteriores da vida. Apesar da abrangência, a média de idade das alunas é de 37 anos, segundo levantamentos internos da rede.
O diferencial
A identidade visual é outro ponto estratégico. As unidades e os veículos utilizados nas aulas têm a cor rosa como marca registrada, criando identificação imediata com o público-alvo. Lima explica que a presença visual reforça o acolhimento e o pertencimento, funcionando como complemento da metodologia ao transmitir incentivo e segurança às alunas.
O avanço de redes como a Mulheres Habilitadas dialoga com um movimento mais amplo do franchising, em que mulheres encontram oportunidades para empreender em modelos estruturados, reduzindo riscos e ampliando participação em setores antes menos acessíveis. Quando a mulher está no centro do negócio, o franchising não apenas gera oportunidades de mercado, mas também fortalece caminhos de independência e autonomia.
Nesse contexto, iniciativas voltadas a públicos específicos, como a rede de treinamento para condutoras, ilustram como o setor pode estimular inclusão social e diversificação de perfis no mercado de franquias.