O TEMPO

Mobilidade urbana e o uso de aplicativos: como você se locomove?

Com o objetivo de facilitar e agilizar a locomoção, os aplicativos de transporte surgiram para aliviar as pessoas que procuram simplificar seus trajetos e hoje possuem uma contribuição importante para a mobilidade urbana.


Publicado em 12 de dezembro de 2019 | 00:02
 
 
 
normal

Os hábitos de consumo dos brasileiros mudaram radicalmente nos últimos anos. Com a evolução dos smartphones, quase todo tipo de serviço está hoje ao alcance dos dedos. Com o objetivo de facilitar e agilizar a locomoção, os aplicativos de transporte surgiram para aliviar as pessoas que procuram simplificar seus trajetos e hoje possuem uma contribuição importante para a mobilidade urbana. Um mercado que abrange as mais diversas situações para as diferentes necessidades dos usuários, tanto na demanda por mobilidade pessoal simples ou para demandas profissionais, como para mais rápido acesso ao transporte público, gerando uma interligação entre os dois meios. 

De acordo com pesquisa encomendada pela 99, empresa de aplicativo de mobilidade urbana, à IPSOS, 4 entre 10 brasileiros acham difícil ou muito difícil se locomover pelas cidades. No entanto, após 5 anos desde o início da operação dos aplicativos de transporte no Brasil, esse meio de locomoção já integra a rotina de milhares de moradores da região Sudeste, que costumam combinar o app com outros modos para acessar as cidades. Para a empresa, a complementaridade do transporte público já é uma alternativa viável para o primeiro ou último quilômetro realizado no deslocamento cotidiano.

Vale ressaltar ainda que, de acordo com os números obtidos pela 99, um total de 65% das corridas são iniciadas fora do centro expandido, o que significa que o serviço tem sido democratizado e já é acessível à grande parte da população. Como um incentivo à realização das viagens partindo das regiões periféricas, a 99 oferece preço em  média  15% menor  no valor das corridas.

Em Belo Horizonte, os usuários do transporte coletivo das zonas Leste e Oeste têm mais acesso ao transporte público em direção à área central, seja ônibus ou metrô, e para eles a integração em caso de trajetos distantes é ainda melhor. A região Oeste faz limite com o município de Contagem, com a região Noroeste e com a região Centro-Sul. Através desta região, a Linha 1 do metrô, que a atravessa, segue até às estações Cidade Industrial e Eldorado, já na cidade vizinha. Moradora do bairro Lagoinha em BH, Isabela Fernandes utiliza o metrô diariamente para se deslocar para Contagem, onde trabalha. O seu desembarque é na estação Eldorado e, de lá, ela utiliza a modalidade Pop do aplicativo 99 para chegar ao bairro Água Branca, onde trabalha em uma academia. "Tenho horário a cumprir e, se não tivesse essa opção, não chegaria a tempo no meu local de trabalho, uma vez que não dá para seguir a pé e nem uma linha direta de ônibus. A opção de utilizar um aplicativo de transporte facilita a minha vida e com um baixo custo", diz Isabela. 

Já a zona Leste da capital, o outro extremo da cidade, fica entre o perímetro da avenida Cristiano Machado, na esquina com a avenida José Cândido da Silveira, até os bairros Saudade e Vera Cruz, fazendo divisa com as regiões Central e Nordeste. Para Deivison Rodrigues da Silva, morador do bairro Goiânia, o uso do transporte compartilhado é fundamental tanto para ir para o trabalho como para o lazer aos fins de semana. "Eu viajo de ônibus até o centro de BH e depois uso o 99Compartilha. É mais rápido e fácil, eu defino o trajeto e o aplicativo já se encarrega de encontrar outras pessoas que estão na minha rota, indo para a mesma região", afirma.

Além disso, de acordo com Guilherme Almeida, economista da Federação do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio), a qualidade da mobilidade pode impactar consideravelmente na produtividade do trabalhador que mora em regiões periféricas. "Quanto maior o tempo de deslocamento, menor a qualidade de vida e menor a produtividade. Isso aumenta até mesmo a questão da desigualdade, o tempo de deslocamento é maior, e o trabalhador chega cansado no serviço, podendo comprometer o rendimento", avalia. 

Mudança no cotidiano da cidade

Desde o início da operação dos aplicativos de transporte de passageiros em Belo Horizonte até os dias de hoje, especialistas e a BHTrans apontam que houve mudança significativa no cotidiano da cidade. Antes o que vigorava era o uso do carro particular, ônibus e táxi, mas hoje os apps são usados para todos os tipos de deslocamentos e promoveram uma reorganização da lógica urbana. Essa mudança trouxe benefícios significativos, como a facilidade do acesso ao transporte, que está a apenas um clique em praticamente qualquer ponto da BH, além do preço muito atraente para a população. 

Há um mês e meio, o estudante de psicologia Fábio Gonçalves de Oliveira, 24 anos, trocou o ônibus pelo transporte por aplicativo para voltar da faculdade para a casa. E ele se surpreendeu ao analisar como a mudança afetou o seu bolso: segundo ele, utilizando o 99Pop diariamente no retorno para casa, ele faz uma economia de aproximadamente R$420,00 por ano. "Fiquei surpreso com o custo-benefício, gasto menos tempo para me deslocar e é mais seguro", diz. 

Importância

Dá para medir a necessidade dos apps, principalmente após a criação do Move. Belo Horizonte tem corredores com pistas separadas por barreiras físicas para circulação exclusiva do Move. No total as pistas somam 21 quilômetros e estão nas avenidas Pedro I, Antônio Carlos, Cristiano Machado, Santos Dumont e Paraná, além do Complexo da Lagoinha. De acordo com dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH), existem 45 quilômetros de faixas destinadas à circulação dos coletivos, delimitadas apenas por pintura no asfalto, sem barreiras que impeçam a aproximação de outros veículos. De acordo com o Setra-BH, entre as reclamações relacionadas aos coletivos recebidas pelo órgão, o motivo que mais se destaca é o tempo de viagem entre os destinos – superando, inclusive, preço da tarifa e condições dos veículos.

Como a integração com este sistema, os aplicativos de transporte ocupam um lugar diferenciado. Eles se destacam pela praticidade e agilidade. Contudo, ainda vão além. Há lugares mais afastados em que é difícil passar um táxi. No horário noturno também não há mais transporte público em diversos locais. Ou seja, esses aplicativos trazem muita facilidade no deslocamento. Essa facilidade, faz, inclusive, muitos questionarem a necessidade de ter um carro próprio.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!