Pablo Almeida (PL), vereador eleito com recorde de votos em Belo Horizonte, contou ao Café com Política da FM O TEMPO 91,7 desta quinta-feira (10 de outubro) que possui experiência na política desde 2016, apesar de ter concorrido pela primeira vez a um cargo público este ano. Pablo, que é a filhado político de Nikolas Ferreia, é ex-assessor e já foi chefe de gabinete do deputado federal, e diz ter como principais influências políticas o ex-presidente Jair Bolsonaro e o escritor Olavo de Carvalho. 

O novo vereador contou que sempre gostou de política e que começou a se envolver com movimentos de direita em 2016. Na mesma época ele participava de grupos de discussão política dentro da igreja batista que frequentava e começou a estudar sobre o assunto. “Eu não sou uma pessoa que estou chegando agora, eu conheço muito bem essa questão política, vivi muito bem isso, participei de muitas movimentações, e a minha entrada de fato na questão política, ela se deu através do meu convívio religioso”, relatou.

“Eu comecei a participar de movimentações feitas por esse movimento dentro da igreja, onde a gente falava sobre aborto, ideologia de gênero, sobre a questão da sexualização precoce das crianças, sobre as drogas. Então, a gente foi ampliando o escopo de debate para além da teologia, mas uma teologia pública de como que a gente poderia aplicar os princípios de Deus na sociedade. Isso eu não estou falando sobre religião, eu estou falando sobre princípios e valores”.

Pablo conta, também, que foi assim que conheceu o movimento Direita Minas, que na época era coordenado por Nikolas Ferreira e possuia integrantes como Bruno Engler (PL) e Junio Amaral (PL). Em 2020, quando Nikolas foi eleito vereador em Belo Horizonte, Pablo passou a atuar como assessor dele, e, em 2022, virou chefe de gabinete do agora deputado federal. 

Aposta na transferência de votos

Aos 31 anos e sem nunca ter disputado um cargo político antes, Pablo explicou que sua candidatura foi uma “aposta” e que o seu partido, o PL, ainda não sabia qual seria a capacidade de transferência de votos do Nikolas Ferreira nas eleições municipais. O resultado acabou sendo positivo e, repetindo o mesmo número de urna usado por Nikolas nas últimas duas eleições, Pablo Almeida conquistou mais de 39 mil votos para a Câmara Municipal. 

“A gente sabe da força política do Nikolas, realmente ele pauta o cenário nacional com aquilo que ele fala. Só que foi a primeira vez que a gente tentou fazer transferência dessa credibilidade para outras pessoas e isso demonstra essa capacidade de articulação, de transferência e também da força política do Nikolas. A gente estava testando isso, então eu sabia que eu poderia ter uma quantidade significativa de votos, só que eu não tinha como mensurar isso”, contou. 

Propostas de inovação

Autodeclarado “conservador e cristão”, Pablo Almeida já afirmou que quer transformar Belo Horizonte na capital mais conservadora do país. Durante conversa com a FM O TEMPO, ele explicou que se considera conservador porque quer “conservar aquilo que já deu certo”, mas que também possui ideias inovadoras para propor na Câmara Municipal. 

“Não somos crianças e adolescentes que estão propondo coisas novas para que a gente possa alterar a estrutura política, nós somos conservadores. A gente quer conservar aquilo que deu certo até esse momento no mundo. Então o conservador, ele pensa a política como um meio de preservar a ordem, a justiça e a liberdade”.

Dentre as inovações que Pablo diz que pretende introduzir na Câmara, estão as propostas de criar aplicativos de serviço público, entre eles um para educação e outro para saúde. Nas escolas, a ideia do vereador eleito é criar um aplicativo em que os pais podem acompanhar o desenvolvimento do filho, saber seu cronograma de aulas, provas, tarefas, acompanhar notas e receber informações dos professores. Na saúde, Pablo defende expandir a telemedicina. 

“Um aplicativo de saúde, por exemplo, que a gente quer aplicar junto ao Executivo. A gente quer aplicar a telemedicina, porque isso vai fazer com que o número de pessoas que estejam ali nas UPAs, nos centros de saúde, nas unidades, diminua, porque a pessoa não vai precisar mais sair da sua casa, às vezes com dificuldade de mobilidade de locomoção, para ter que ir lá pegar uma receita. Ela vai poder fazer isso no conforto da sua casa, junto a um celular ou um responsável”.

Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Thalita Marinho