A favor da candidatura do vereador reeleito Bruno Miranda (PDT) à presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o PV comunicou o também vereador reeleito Wagner Ferreira (PV) que, caso vote em Juliano Lopes (Podemos), estará sujeito a expulsão por infidelidade partidária. Wagner foi notificado nesta segunda-feira (30 de dezembro), a dois dias da eleição para a Mesa Diretora, por uma resolução conjunta dos diretórios estadual e municipal.
O PV ressaltou para Wagner que é contrário à eleição de Juliano. “O vereador filiado ao PV de Belo Horizonte, seguindo a presente orientação deliberada pelo partido, deve votar na chapa encabeçada pelo vereador Bruno Miranda para presidência da CMBH, a se realizar na data de 1º de janeiro de 2025, tendo em vista essa chapa representar mais apropriadamente os interesses e a linha programática do PV”, orientou o partido na resolução a que O TEMPO teve acesso.
Os diretórios estadual e municipal ainda pontuaram que o descumprimento da orientação provocará “a tomada de medidas previstas em nosso estatuto referentes à fidelidade e ética partidária”. O estatuto do partido prevê desde advertência, em caso de “infração primária aos deveres ou disciplina ou por negligência ou omissão dos deveres partidários”, até expulsão, em caso de “desrespeito à legítima deliberação ou diretriz adotada pelo partido”.
Em meio às considerações feitas a Wagner, o PV defende que a candidatura de Miranda “se aproxima das ideias e bandeiras defendidas pelo campo progressista e alinhado com com as diretrizes apoiadas pelo PV ” e que candidatura de Juliano “representa as forças retrógradas e antagônicas às diretrizes defendidas” pelo partido. Procurado pela reportagem, o vereador reeleito não atendeu aos contatos até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
Na última sexta (27 de dezembro), o prefeito Fuad Noman (PSD) já havia ligado para Wagner, por meio do vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União), para tentar sensibilizá-lo a votar em Miranda, que é líder do governo na CMBH. Quando recebeu o telefonema, o vereador reeleito pelo PV estava com o candidato do PDT à presidência. Wagner pontuou que estava conversando com Miranda, mas que já tinha dado a palavra a Lopes.
Vice-líder do governo Fuad, Wagner teria dito a pessoas próximas nos últimos dias que há uma “falsa polarização”, já que, a nível federal, por exemplo, ambos apoiam Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados. A intenção do vereador reeleito seria garantir um cargo na Mesa Diretora para a ala de esquerda na CMBH.
Wagner ainda defende que a PBH lançou um candidato à presidência da CMBH em cima do Natal, às vésperas do Natal, depois de ter sinalizado que não entraria na disputa. A interlocutores, o vice-líder do governo teria justificado que a garantia de Fuad que não lançaria um nome o levou a aderir a Lopes. Em um café da manhã com 36 dos 41 vereadores em 6 de novembro, o prefeito afirmou que não iria interferir na eleição para a presidência da Casa.