A condução de pautas ligadas à segurança pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) provoca uma divisão de holofotes entre dois deputados estaduais do Partido Liberal (PL). Nos corredores da Casa, interlocutores afirmam que a postura incisiva de Caporezzo na defesa do tema tem causado certo incômodo em Sargento Rodrigues, que tem a segurança pública como carro-chefe de seus mandatos há sete legislaturas consecutivas. Embora os dois parlamentares neguem qualquer desentendimento e garantam manter uma relação de amizade e parceria dentro do Legislativo, a percepção, nos bastidores, é de que há uma disputa velada por protagonismo.
“O Sargento Rodrigues não demonstra em palavras, mas ele está incomodado. Ele era o único que brigava por essa pauta, mas chegou o Caporezzo, que é muito incisivo, e quebrou a hegemonia do sargento”, declarou uma fonte próxima dos parlamentares.
Embora haja quem arrisque que Caporezzo e Rodrigues já estariam à beira de uma rota de colisão, outras fontes defendem que a disputa por espaço não deve chegar a tanto e que o descontentamento do Sargento não se restringe à atuação do colega de partido. “As pautas de segurança pública estão se pulverizando entre outros deputados. Antes polícia só conversava com polícia, mas agora há outros deputados que também têm bom diálogo com os praças”, afirmou uma fonte.
O Sargento Rodrigues, no entanto, garantiu que não há qualquer descontentamento em relação à atuação do companheiro de partido, a quem chama de amigo. “Isso é um completo absurdo. Caporezzo é meu amigo, companheiro, parceiro e tem somado muito na segurança. Sou defensor das matérias dele e ele é meu defensor”, ressaltou o parlamentar em entrevista ao Aparte.
Caporezzo – que cumpre o primeiro mandato na Assembleia e é pré-candidato do PL à Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo – também descartou qualquer tentativa de disputar espaço com o veterano Sargento Rodrigues. “Ele é um cara muito experiente e para mim é referência na defesa da segurança pública”, afirmou o parlamentar.
Caporezzo defendeu ainda que as informações ventiladas na Assembleia partem de “pessoas que só sabem pensar com base no egoísmo”. “Se eu e ele, dois policiais militares, estamos na Assembleia, isso já é prova de que tem espaço para todo mundo. Para alguém elogiar um não precisa diminuir o outro. Não estamos competindo”, argumentou.