O conserto dos elevadores da Cidade Administrativa, a sede do governo do Estado, ficará a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). O comunicado foi feito pela Secretaria de Planejamento e Gestão nesta quarta (29/05). O valor a ser gasto nos reparo ainda está sendo apurado. A previsão é que as obras comecem em julho e sejam concluídas no fim de 2024.
Dos 54 elevadores dos prédios Minas e Gerais, que abrigam as secretarias de Estado, 22 estavam paralisados desde 21 de novembro do ano passado. No último dia 10 de maio, o restante dos equipamentos também teve o funcionamento interrompido.
O motivo da interdição foi um defeito encontrado em perícia da Polícia Civil nas máquinas que movimentam os elevadores. Os equipamentos, conforme o laudo da corporação, soltavam um pó quando acionados. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar o caso.
A justificativa do governo para a escolha da Codemge como responsável pelo reparo foi que a empresa tem maior flexibilidade para contratar os serviços necessários para o conserto dos equipamentos.
“(...) Buscando conferir mais celeridade ao processo, percebeu-se a possibilidade de execução via Codemge, uma vez que a empresa, por estar submetida a outros dispositivos legais, tem uma maior flexibilidade nessa contratação e conseguirá prosseguir com esse procedimento de forma mais rápida”, afirma o governo, em comunicado.
O Estado não respondeu se essa flexibilidade decorre do fato de haver menos burocracia para realização de licitações, por parte da empresa, do que se os contratos tivessem que ser fechados por secretarias.
O comunicado diz ainda que a Codemge é uma empresa estatal, que faz parte da Administração Pública Indireta do Estado de Minas Gerais, “e é organizada sob a forma de sociedade por ações, tendo o Governo de Minas como principal acionista”.
Com a paralisação dos elevadores, 7.000 servidores da Cidade Administrativa foram colocados em home office ou passaram a trabalhar em prédios do governo fora da Cidade Administrativa. Houve servidores, por exemplo, que foram transferidos para o Centro de Cultura Itamar Franco, onde funcionam a TV Minas e a Rádio Inconfidência.
Retomada gradual
O planejamento do governo é que a retomada do uso dos elevadores ocorra de forma gradual a partir da conclusão dos reparos. “A Seplag (Secretaria de Planejamento e Gestão) tem buscado as melhores formas para garantir que a execução dos reparos necessários dos elevadores ocorra da maneira mais célere possível”, afirma a responsável pela pasta, Luísa Barreto.
O governo do Estado afirma que os danos identificados nos elevadores dos prédios Minas e Gerais são estruturais e decorrentes de má construção dos edifícios.
A Cidade Administrativa foi inaugurada em 2010 durante a gestão do então governador Aécio Neves (PSDB). Composta de três prédios principais, o Minas, o Gerais, e o Palácio Tiradentes, o complexo foi criado para substituir o Palácio da Liberdade como sede do governo do Estado.
O valor gasto à época na construção do complexo foi de R$ 1,2 bilhão. O início das obras ocorreu em dezembro de 2007. A construção durou dois anos e três meses.
O PSDB foi procurado para comentar as alegações do governo sobre a má construção dos prédios, mas até a publicação desta reportagem o partido não havia se manifestado. O espaço segue aberto.
Alvará dos bombeiros segue pendente
A Cidade Administrativa funciona há 14 anos, desde a sua inauguração, sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento exigido pela corporação para a liberação de imóveis públicos, comerciais, industriais e residenciais.
O próprio comando dos bombeiros funciona em um dos prédios do complexo. O governo diz estar em contato com a corporação para obtenção do documento.
A administração Zema diz ainda que mudanças constantes na disposição das seções onde trabalham os servidores, necessárias ao funcionamento das secretarias, atrasam a obtenção do AVCB.