“Parada 25 anos, Celebrar as Conquistas e Reafirmar a Luta”. Este é o tema da 25ª edição da Parada LGBTQIA+ de Belo Horizonte, que será realizada no próximo dia 21, no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Brasil, no Centro da capital. Com a proximidade do evento, uma audiência pública foi realizada nessa segunda-feira (15), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), sugerindo a criação de políticas públicas para a promoção de outras paradas no interior do Estado, a capacitação e a remuneração de profissionais envolvidos nas ações entre outras pautas defendidas pelo movimento. 

"O principal objetivo da audiência foi mostrar a necessidade da construção de políticas públicas de fomento à cultura LGBT e de realização das paradas do orgulho. Precisamos garantir que o Estado acompanhe a capacitação de servidores para as paradas, a sensibilização de profissionais em diversas áreas e o apoio aos movimentos sociais para que possam ser remunerados pelo trabalho que prestam ao realizarem as paradas. Essas e outras medidas podem ser feitas a partir da criação de um programa de Incentivo cultural do orgulho LGBT que, inclusive, é um projeto de lei nosso (PL 758/2023) que está tramitando nesta casa", declara a deputada Bella Gonçalves (PSOL), que pediu a realização da audiência pública.

Durante a reunião, ficou estabelecido a emissão de requerimentos de comissão para as secretarias de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e Coordenadoria Especial de Políticas de Diversidade Sexual com pedido de providências para que seja constituído um programa que fomente a cultura e a empregabilidade do público LGBTQIAPN+ no qual conste um edital para planejamento, execução da Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ nos municípios mineiros e para que os municípios Uberlândia, Passos, Teófilo Otoni, São João Del Rey, Juiz de Fora, Frutal , Montes Claros, Ribeirão das Neves e Diamantina fomentem as Paradas do Orgulho LGBT.

“A parada LGBT é uma comunidade que se sustenta ano após ano, com recorde de público, principalmente pela luta por direitos e pela expressão de sua cultura”, disse Bella Gonçalves. Segundo Bella, o desafio hoje é fortalecer e consolidar a realização das paradas para além da capital mineira, como a Afro LGBT em Santa Luzia e a parada em Diamantina. “Além disso, é preciso avançar na discussão sobre a construção de um Centro de Referência LGBT. O Centro será importante para garantir atendimento especializado para esse público, com foco na defesa e promoção de direitos, bem como sua integração social, com educação, saúde, cultura, segurança e emprego e renda.”, disse.

Já o presidente do Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), Maicon Filipe Chaves, destacou que a parada de BH tem diferenciais em relação aos movimentos no país: é a maior do Estado e a terceira do país, e sua primeira edição foi puxada por uma mulher negra, lésbica e sindicalista, Soraya Menezes.”Somos uma população que reivindica e luta por seus direitos. A parada coloca cerca de 350 mil pessoas nas ruas e isso implica em muita responsabilidade para um grupo de organizadores voluntários formado por 40 pessoas. E isso é histórico”, destaca Maicon. 

O presidente do Cellos lembrou sobre o impacto da Parada LGBT na economia da cidade. “Gera trabalho e renda para BH, com 85% da rede hoteleira preenchida, além de aumentar significativamente a frequência e o consumo em bares, restaurantes e similares. Então, quando pedimos orçamento para o movimento, para pagar voluntários e outras despesas geradas pela estrutura necessária para organizar a parada, não estamos pedindo favor nenhum à Prefeitura de BH”, observa.

A audiência aconteceu no Auditório do andar SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e foi pedida pela deputada Bella Gonçalves (Psol). Entre convidados, estiveram presentes  representantes do Cellos, OAB-MG, Ministério Público, Defensoria Pública, Conselho Regional de Psicologia, Coletivo Mães pela Liberdade MG, Rede Afro LGBT e outras organizações do movimento.

Mudança no local

Em Belo Horizonte, a 25ª edição da parada está marcada para o dia 21 de julho. Este ano, em função de obras na Praça da Estação, a parada volta à avenida Afonso Pena. A concentração será no cruzamento com a Avenida Brasil, no Centro da capital, entre 12h e 17 horas. O cortejo começará às 17 horas, com dispersão às 22 horas, na Praça Sete.