O perfil da Defesa Civil de Belo Horizonte fez uma publicação no X, o antigo twitter, nesta quarta-feira (28 de agosto), comentando a veiculação do hino nacional em linguagem neutra durante um evento de campanha de Guilherme Boulos (PSOL), candidato a prefeito em São Paulo. O post foi feito às 7h36 e chegou a ter dois comentários, cinco curtidas e 93 visualizações antes de ser excluído. 

“Hino Nacional em "linguajar neutro"? De onde viemos? Onde estamos: E para onde vamos com essa P%##@ toda? Certeza que se Darwin, Lamarck, Einstein etc., se soubensen (sic) que iria dar nisso aqui, teriam ido pescar antes de descobrir as teorias", diz o post excluído, mas que vazou após prints de usuários do X. 

Em nota, a prefeitura de BH confirmou a veracidade da publicação e informou que apura a autoria. "A Defesa Civil Municipal lamenta a postagem indevida no perfil da instituição. A autoria do post está sendo apurada e serão tomadas as medidas cabíveis", diz o texto, sem explicar quais medidas podem ser adotadas. 

A publicação fere a lei eleitoral, já que desde 6 de julho os órgãos públicos não podem fazer publicações em sites oficiais e redes sociais. "Além disso, com exceção da propaganda de produtos e serviços com concorrência no mercado, não é permitido autorizar publicidade institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos, exceto em casos de urgente necessidade pública, reconhecida pela Justiça Eleitoral. Também é proibido fazer pronunciamento em cadeia de rádio e de televisão fora do horário eleitoral gratuito", diz a Justiça Eleitoral.

O caso

A reprodução do Hino Nacional em linguagem neutra ocorreu em uma agenda de Guilherme Boulos, em São Paulo, no último sábado, que teve a participação do presidente Lula (PT). Os vídeos ganharam as redes sociais nesta terça-feira e tiveram repercussão negativa. 

Com as críticas, Boulos informou que vai romper com a produtora responsável pela organização do comício. Nesta quarta-feira (28), após agenda no Sindicato dos Motoristas do Transporte Rodoviário Urbano, Boulos negou que a ideia tenha vindo de sua campanha e criticou a empresa.

“Não foi, logicamente, uma decisão da minha campanha aquele absurdo que fizeram com o Hino Nacional. Aquilo foi uma empresa produtora contratada da nossa campanha, que por sua vez contratou uma cantora que teve aquele episódio. [...] Essa empresa produtora não vai mais trabalhar nos próximos eventos da campanha”, disse.