BRASÍLIA - O candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSOL, Tarcísio Motta, defendeu a descriminalização das drogas nesta quarta-feira (25), em sabatina na TV Globo.
O tema é tratado diretamente no plano de governo de Tarcísio, que também é deputado federal, na sessão de Segurança Pública. No documento, ele diz que, caso eleito prefeito, irá trabalhar pela aprovação da medida junto ao Congresso Nacional.
Na entrevista desta quarta-feira, o psolista comparou o caso ao do cigarro, que mesmo sendo legalizado, teve o consumo reduzido drasticamente no país nas últimas décadas após ser tratado como uma questão de saúde, com campanhas de conscientização sobre o consumo.
“Quando você legaliza, você controla, fiscaliza, inclusive arrecada impostos que podem e devem ser utilizados para a questão do financiamento da saúde pública. Precisamos sufocar a renda do crime. E sufocar a renda do crime é tirar do crime a própria renda com as drogas”, disse.
Ainda segundo o candidato, a política antidrogas atual é “cara e ineficiente” e se baseia em um “ciclo de violência que não resolve nenhum problema e que enxuga gelo enquanto derrama sangue nas favelas”.
A descriminalização das drogas tem sido tratada de forma recorrente por Tarcísio Motta na campanha. Em outra sabatina, afirmou que “não muda de posição em véspera de eleição para ganhar voto”.
Posição difere de Boulos
Por outro lado, o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou, em agosto deste ano, que é contra a legalização das drogas, ao ser questionado por um pastor evangélico.
“No caso das drogas, minha posição não é legalização, minha posição é de resgate. Tem gente que só quer apontar o dedo, tem gente que quer botar o dependente químico na cadeia. Eu não acho que tem que ser por aí. Eu acho que a gente tem que estender a mão e resgatar”, afirmou.
Em eleições passadas, Boulos tinha defendido publicamente a legalização da maconha, citando exemplos de países como o Uruguai e o Canadá, que adotaram essa medida.