Em recado ao governo Romeu Zema (Novo), o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho, afirmou que não cabe à Casa atender às vontades do Palácio Tiradentes. A declaração foi dada nesta quarta-feira (19 de fevereiro), após a primeira sessão de votação em plenário do ano.
Embora tenha ressaltado o diálogo e a harmonia entre a ALMG e o governo Zema, Tadeuzinho afirmou que a Casa é dos deputados estaduais. “O que é importante dizer é que, desde o início, quando fui eleito presidente, a Casa não vai ficar fazendo atendimento das vontades do governo. Nunca foi de acontecer isso, especialmente agora”, ponderou ele.
Como mostrou O TEMPO, a indicação do ex-deputado federal Marcelo Aro (PP) para substituir Gustavo Valadares (Mobiliza) na Secretaria de Governo foi uma resposta de Zema a Tadeuzinho. A indicação de aliados do presidente da ALMG para a presidência de duas das três principais comissões desagradou ao governo.
Próximos a Tadeuzinho, os deputados Doorgal Andrada (PRD) e Adalclever Lopes (PSD) foram eleitos para presidir, respectivamente, as comissões de Constituição e Justiça e de Administração Pública. Para o governo Zema, a presença de Doorgal e Adalclever o deixará em minoria nos colegiados.
Tadeuzinho ainda ressaltou que o único cargo de Zema na ALMG é a liderança de governo. “Todas as comissões permanentes da Casa são construções dos deputados, através das lideranças e, obviamente, dos 77 parlamentares”, frisou o presidente da ALMG. O líder do governo é João Magalhães (MDB), que permanecerá no cargo apesar da troca na Secretaria de Governo.
O presidente pontuou que a ALMG fez tudo o que pôde para ajudar o governo Zema nos últimos dois anos. “Todos nós sabemos que o governo nunca teve voto para aprovar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), mas, em vez de eu pautar e, porventura, ele ser derrotado, fui à Brasília e construímos um caminho muito melhor para o Estado”, lembrou, em alusão ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag).
Segundo Tadeuzinho, se a escolha por Aro para a Secretaria de Governo for uma resposta a ele, foi uma “boa resposta”. “Acho que foi importante, porque eu e o secretário Marcelo (Aro) temos uma ótima relação pessoal. É claro que ele vem agora tentar reconstruir ou reforçar essa discussão de base (de governo)”, concluiu o presidente.