Após uma mobilização de políticos e lideranças de esquerda, a prefeitura de Belo Horizonte prometeu que irá manter o projeto “ReciclaBelô”, que faz parcerias com associações de catadores de material reciclável para atuação durante o Carnaval 2025. O valor investido será de aproximadamente R$ 500 mil, divididos em duas parcelas pagas às entidades cadastradas pela administração municipal. De acordo com a prefeitura, o recurso vai permitir o pagamento de diárias mínimas de R$ 150 para cada catador autônomo que participar do projeto 

A vereadora Cida Falabella (PSOL), que participou das negociações, comemorou. “Vai ter reciclagem no Carnaval de BH! Recebi hoje a garantia da Belotur de que o dinheiro para os catadores trabalharem na folia vai chegar na integralidade! Esse trabalho é fundamental para a festa e merece todo o nosso apoio e respeito”, disse a vereadora da capital.

Desde o início oficial do Carnaval de Belo Horizonte, em 15 de fevereiro, vereadores e lideranças de partidos de esquerda tem pressionado a prefeitura e acusam a administração municipal de reduzir a folia belo-horizontina a um “negócio lucrativo”, o que, segundo eles, acabaria prejudicando os trabalhadores mais pobres e limitando a expressão da cultura popular.

Essa reclamação foi apresentada pela deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), que deu destaque à situação dos catadores. “A prefeitura está delegando o serviço para uma empresa, que quer lucrar com o trabalho das cooperativas sem que o mínimo seja oferecido para a execução do trabalho. Tudo que conquistamos com muita luta para o nosso carnaval está sendo comprometido. Nosso carnaval não é mercadoria”, disse a parlamentar em uma nota na segunda-feira (17 de fevereiro).

A situação acabou virando palco também para vereadores de esquerda que fizeram acelerar na Câmara Municipal de Belo Horizonte um projeto do vereador Pedro Patrus (PT) que obriga a parceria com os catadores de material reciclável em todos os grandes eventos da cidade.

A festa, iniciada oficialmente na capital mineira no dia 15 de fevereiro, se tornou uma das datas mais importantes do ano para a cultura e economia da capital, com um público previsto de 6 milhões de pessoas e a injeção de quase R$ 1 bilhão na economia local.