A cúpula do PSDB mineiro se reuniu, na tarde desta quinta-feira (20 de fevereiro), com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, para discutir uma possível união entre as duas siglas. O encontro ocorreu no escritório de Temer, em São Paulo. Pelo PSDB, participaram o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, o presidente estadual do partido e secretário-geral da legenda, Paulo Abi-Ackel, o deputado federal e ex-governador do Paraná Beto Richa, que também é vice-presidente nacional do partido, e Vinícius Lummertz, ex-ministro do Turismo no governo Temer. A reunião acontece depois de a Executiva Nacional do Cidadania decidir, nesta semana, não renovar a federação com o PSDB.
A O TEMPO, Abi-Ackel afirmou que a reunião foi "promissora" e teve o objetivo de "fortalecer o centro político brasileiro". Ao destacar as semelhanças entre as siglas, o presidente estadual lembrou que o PSDB surgiu no final da década de 1980 a partir de uma cisão do MDB: "são dois partidos que têm muito em comum e já foram o mesmo no passado", recordou.
Abi-Ackel também destacou que o MDB integrou o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), enquanto o PSDB participou da gestão de Michel Temer (2016-2018). "Nós temos muitas coisas em comum, mas principalmente pertencemos a um centro político que deseja fortemente buscar uma alternativa para a disputa presidencial em 2026", declarou.
Em sua conta no Instagram, Aécio Neves disse as conversas continuarão em Brasília nas próximas semanas.
Qual seria a união?
Segundo Abi-Ackel, há um "desejo explícito" do PSDB de se unir ao MDB, e até mesmo de atrair outros partidos, como o Podemos e o Solidariedade. No entanto, ele afirmou que ainda não há definição sobre o formato dessa união, sendo algumas das possibilidades a criação de uma nova federação, uma aliança para uma candidatura única à presidência ou até mesmo uma fusão. "Qual será o modelo, ainda não sabemos, temos que conversar", disse.
Sobre a possível saída do Cidadania da federação com o PSDB, afirmou que o partido respeita a decisão e não vê qualquer problema com ela.
Perillo rejeita fusão
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, rejeitou uma possível fusão do partido com outras siglas, em entrevista a O TEMPO na semana passada. O líder tinha chegado a admitir anteriormente a possibilidade de pôr fim à trajetória dos tucanos, e o MDB e o PSD eram ventilados como os partidos cotados para a fusão. No entanto, mudou o discurso e disse agora que interromperá as negociações sobre a incorporação da legenda.
A possibilidade de fusão do PSDB, principalmente com o MDB de Baleia Rossi — cotado para incorporar os tucanos, guardava rejeição de figuras importantes do partido. As recentes filiações dos senadores Styvenson Valentim (PSDB-RN) e Oriovisto Guimarães (PSDB-PA) constam entre as razões do tucanato para recuar da possibilidade de fusão partidária.
Com o ingresso dos políticos na bancada do PSDB, até então com o solitário Plínio Valério (PSDB-AM), o partido recupera o gabinete da liderança no Senado Federal e a possibilidade de concorrer às comissões e ocupar cargos de prestígio.