O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, criticou a postura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em relação à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao estado na semana passada. A fala foi feita durante entrevista ao programa Café com Política, do canal O TEMPO, conduzida pela jornalista Adriana Ferreira. Ao comentar as críticas feitas por Zema ao governo petista durante o encontro, Correia afirmou que "Lula não é obrigado a engolir sapo" .
A troca de farpas entre os dois políticos ocorreu quando Zema aproveitou a presença do presidente para fazer críticas às gestões anteriores do PT em Minas. Além disso, publicou vídeos em suas redes sociais reforçando sua oposição a Lula. Em resposta, Correia declarou que "o governador Zema sempre faz disputa de eleição", sugerindo que o chefe do Executivo mineiro age de forma estratégica para fortalecer sua base política em detrimento do interesse público.
“O que o Zema anunciou novo de política em Minas Gerais? Que eu saiba quase que nada, ou nada. Ele escolhe alguém para ele fazer um debate e tentar às vezes no desgaste de alguém e ganhar algum tipo de voto, mas isso não ajuda o povo. Eu acho uma deselegância ele receber o presidente da República e iniciar com crítica em relação a governos passados, governadores do Partido dos Trabalhadores. O Zema podia ser um pouco mais agradecido e fazer política com P maiúsculo, em vez de picuinhas”, afirmou Correia.
Outro ponto abordado pelo deputado foi a recusa de Zema em reduzir a alíquota do ICMS sobre produtos alimentícios, uma medida defendida por parlamentares petistas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Correia afirmou que essa redução ajudaria a conter a inflação dos alimentos, beneficiando a população de baixa renda. Ele ressaltou que, enquanto o governo federal zerou o imposto de importação sobre vários produtos alimentícios, a isenção do ICMS nos estados seria uma ação complementar para reduzir os preços.
“Retirar o ICMS de produtos aqui no Estado é uma saída para baratear o preço dos alimentos, é uma saída imediata. Foi uma recomendação inclusive que o presidente Lula fez aos governadores. Ele zerou o imposto de importação de produtos alimentícios, como café, carne, farinha. Os produtos que aqui no Brasil já são zerados do ponto de vista do imposto federal, precisam também zerar nos estados, que é o ICMS. Carne, por exemplo, é 10% de importo, se o governo deixa de cobrar os 10% na carne, mesmo que seja temporário, abaixa o preço. Esses preços que estão mais caros, como ovo, pode, sim, o governo fazer alguma coisa. Até agora o governador de Minas, Zema, infelizmente disse que não vai fazer”.
Correia também comparou a atual postura de Zema com sua decisão anterior de reduzir o ICMS da gasolina durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Me parece muito mais uma posição política e ideológica do governador Zema, contra o governo federal, do que realmente uma necessidade do caixa de Minas que não está ruim no ponto de vista de arrecadação, e com isso ele prejudica o povo”.