O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), André dos Anjos, afirmou que o instituto prevê um aumento de R$ 600 milhões na arrecadação até o final de 2025, e garantiu a sustentabilidade financeira do órgão e a expansão da rede assistencial em 26%. A estimativa, segundo ele, é possível devido às alterações das regras de contribuição, que passam a valer a partir do dia 9 de abril. Com os novos recursos, André dos Anjos disse em entrevista ao programa Café com Política, do canal O TEMPO, que pretende quitar dívidas acumuladas, reajustar a tabela de pagamentos aos prestadores de serviço e melhorar o atendimento aos beneficiários.
O aumento da arrecadação será possível com a atualização do piso e do teto das contribuições, segundo André dos Anjos. “A alíquota continua de 3,2%, mas o piso, que hoje é de R$ 34, vai para R$ 60, e o teto, que hoje é R$ 287, passa para R$ 500. Isso deve aumentar a arrecadação devido à maior contribuição de alguns beneficiários”.
Com os novos recursos, André dos Anjos também garantiu que o Ipsemg vai ampliar o número de hospitais, ambulatórios e serviços laboratoriais credenciados, ou seja, que aceitam o plano do instituto. “Publicamos quatro editais em fevereiro e já temos 420 novos prestadores aderindo à rede. Nossa expectativa é que, a partir de abril, os beneficiários percebam a melhora na assistência”. O presidente do Ipsemg citou como exemplo o caso do laboratório Hermes Pardini, que, devido ao limite financeiro imposto pelo Ipsemg, só atendia beneficiários até o 10º dia do mês. “Com o novo orçamento, a ideia é permitir o atendimento ao longo de todo o mês”, acrescentou.
Além da ampliação da rede, o reajuste na tabela de pagamentos aos prestadores é outro ponto que deve contribuir para a melhoria dos serviços. Atualmente, o Ipsemg paga R$ 50 por consulta médica, valor que será ajustado para um mínimo de R$ 80. Segundo André dos Anjos, esse reajuste tornará os serviços mais atrativos para médicos e hospitais, o que pode garantir maior oferta de atendimento.
O presidente também destacou que, após enfrentar dificuldades financeiras nos últimos anos, o instituto encerrou 2024 com um déficit superior a R$ 100 milhões. No entanto, ele acredita que, com as novas regras, o Ipsemg poderá equilibrar as contas e garantir sua sustentabilidade. “Nós só estamos contratando até o limite da nova arrecadação. A rede foi dimensionada para um aumento de 25% na prestação de serviços. Se houver uma demanda maior, ainda teremos uma reserva financeira de aproximadamente R$ 120 milhões em 2026”, afirmou.
Apesar das mudanças, André dos Anjos avalia que a adesão ao Ipsemg deve se manter estável, mesmo com um aumento no número de servidores que optam por sair do plano. “Temos observado uma média de 7 a 8 mil pedidos de desligamento por mês, mas acreditamos que conseguiremos manter os 740 mil beneficiários atuais e oferecer uma assistência de qualidade para eles”, concluiu.