A vereadora Juhlia Santos (Psol) cobrou um posicionamento mais efetivo da presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte em relação aos ataques que ela e outras parlamentares sofreram dentro da Casa. Em entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta sexta-feira (20 de junho) no canal no YouTube de O TEMPO, Juhlia classificou os episódios como violência política de gênero e defendeu responsabilizações no âmbito do Legislativo.
Em abril deste ano, Juhlia teve um embate com o vereador Pablo Almeida (PL), que chegou a dizer que “molduras boas não salvam quadros ruins”, complementando que para que a vereadora “melhorasse”, “só nascer de novo”. Conforme a parlamentar, outras colegas também sofreram ataques dentro do ambiente da Câmara Municipal, como Iza Lourença (Psol) e Luiza Dulci (PT). Elas formalizaram uma reclamação na Ouvidoria, mas, conforme Juhlia, há uma demora no retorno.
“Se isso não é violência política de gênero, a gente, então, precisa rediscutir o que é, de fato, violência política de gênero. E quando a Casa hoje, que está sob a presidência do vereador Juliano Lopes (Podemos), não se posiciona, é uma coisa que a gente precisa também dizer”, afirma. “A Casa precisa se pronunciar firmemente e precisa ter uma posição efetiva, não só no discurso, mas a gente precisa ver na prática.”
O presidente da Câmara Municipal, vereador Juliano Lopes, foi procurado para um posicionamento sobre a cobrança da parlamentar. Tão logo haja um retorno, esta publicação será atualizada. O espaço segue aberto.
Relação com PBH
Durante a entrevista ao Café com Política, Juhlia também comentou a relação do prefeito Álvaro Damião (União) com a bancada da esquerda da Câmara Municipal. A chapa de Damião, encabeçada por Fuad Noman (PSD), recebeu o apoio do campo progressista no segundo turno das eleições em 2024, como forma de barrar uma possível eleição do deputado estadual Bruno Engler (PL) como chefe do Executivo.
Conforme a vereadora, Damião tem feito gestos a diferentes espectros políticos, inclusive para a esquerda. Ela diz que não espera que a esquerda, por exemplo, consiga cargos na Prefeitura de Belo Horizonte, porém, defende que o diálogo seja amplificado.
“O prefeito sempre se dispôs a nos ouvir, a nos acolher, mas a gente vai entender agora, nesse segundo semestre, como vai ser o diálogo e a efetivação, porque isso impacta diretamente no que a gente defende e no que a gente luta para que aconteça”, afirma. “A gente acredita que esse diálogo pode ser feito de uma forma mais efetiva (...) É um desejo que a gente tenha mais participação nas conversas, nas decisões, não necessariamente ocupando postos ali dentro”, diz Juhlia.