O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), disse que a capital mineira não foi chamada pelo Governo de Minas para conversar sobre o processo de concessão das rodovias no Vetor Norte da Grande BH, que prevê a implementação de 13 praças de pedágios na região. Para o chefe do Executivo municipal, a falta de diálogo com as prefeituras seria o principal problema envolvendo o projeto. Damião falou sobre o tema ao programa Café com Política, exibido no canal de O TEMPO no YouTube nesta quinta-feira (1º de maio). 

O chefe do Executivo da capital mineira, entretanto, não se demonstra contra a implementação de pedágios em determinados trechos. O projeto de concessão da gestão de Romeu Zema (Novo) abrange as rodovias MG–010, MG–424 e LMG–800, com a ideia de colocar os pedágios entre cidades como Belo Horizonte, Lagoa Santa, Vespasiano, Confins, Sete Lagoas e outras da região metropolitana.

“Eu não posso ser hipócrita de falar que eu sou contra essa proposta. Eu gosto de ir para o Rio de Janeiro de carro, ir para São Paulo de carro”, diz. “Se eu fico feliz em ver as estradas duplicadas com qualidade, eu sei que isso acontece através do pedágio.”

Na avaliação de Damião, o problema do projeto foi a falta de diálogo. “Eu falo por Belo Horizonte. Eu nunca fui chamado. Belo Horizonte não foi chamada para uma conversa para falar sobre isso, não sobre esse tema”, afirma o prefeito. “Eu acho que faltou mostrar o que de benfeitoria será feito e onde é isso. Não conseguiram mostrar até agora para as cidades.”

Em fevereiro, o chefe do Executivo da capital chegou a se manifestar contra o pedágio na MG-10, no trecho que passa por Belo Horizonte. Na época, Damião disse que pediria ao governo Zema para cuidar da gestão do trecho para evitar a implementação do pedágio. Questionado novamente sobre isso, o prefeito explicou que não se trata, exatamente, de uma municipalização da rodovia.

“Se depender de arrumar aquele trecho para colocar a praça de pedágio em Belo Horizonte, não precisa colocar o que eu faço”, explica.

Diálogo com o Estado

Apesar da falta de diálogo envolvendo a concessão do Vetor Norte, Damião faz uma avaliação positiva sobre a relação com o governo Zema. O prefeito diz que “não tem problema” em conversar com diferentes campos políticos, como faz com a gestão estadual, bem como com o governo federal, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele lembra que, recentemente, esteve em Brasília em busca de recursos para eventos culturais em Belo Horizonte, como o Arraial de Belô, e pontua que também pretende conversar com a Secretaria Estadual de Turismo sobre a participação nessas atividades da cidade.

“Belo Horizonte não é independente. Belo Horizonte é uma cidade que precisa dialogar. A política exige”, defende.