A Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes terá como principal pauta o debate sobre um “lar seguro”, de acordo com a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo (PT). Como ressalta a titular da pasta, muitos casos de violência e abuso sexual acontecem no ambiente intrafamiliar. Macaé falou sobre o tema durante entrevista ao programa Café com Política, exibido no canal no YouTube de O TEMPO nesta segunda-feira (19 de maio), data em que se inicia a programação da Semana de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

No âmbito do Governo Federal, a agenda reunirá especialistas, organizações e representantes da sociedade civil para discutir políticas públicas sobre prevenção e combate a todos os tipos de violência. Os debates são promovidos em conjunto com a Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, a Rede ECPAT Brasil e Childhood Brasil.

De acordo com Macaé, no ano passado, o Ministério dos Direitos Humanos participou de agenda sobre o tema envolvendo mais de 200 países, onde foi firmado um “pacto” para colocar fim ao abuso e à exploração sexual infantil. Ela explica que a campanha leva o nome de “Faça Bonito”, demonstrando como deve ser o trabalho contra a violência contra crianças e adolescentes.

“Escolhemos como mote o debate sobre o lar seguro. Isso porque os dados que temos no nosso país, do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, por exemplo, tratam e trazem mais de 60 mil denúncias de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes, e 60% desses casos acontecem no ambiente doméstico”, diz. “Muitas vezes, os principais motivadores da violência e do abuso sexual estão no ambiente intrafamiliar.”

Desta forma, a ministra defende que o debate e a consciência para prevenção ocorra em diferentes âmbitos, envolvendo também a sensibilização de educadores, profissionais da área de saúde e conselhos tutelares.

“Às vezes, tem caso que é um avô, às vezes é um tio, às vezes é um primo. Então, isso cria um constrangimento. Mas o que precisamos entender é que se você não denuncia, se você não toma as medidas cabíveis de proteção a essa criança, esse ciclo tende a se repetir”, afirma.

Conforme Macaé, diante das discussões sobre a regulação das redes sociais, o ambiente digital também será um espaço de trabalho de conscientização sobre a violência contra crianças e adolescentes.