O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, e o secretário-adjunto da pasta, Edgard Estevo da Silva, foram autorizados a se afastar das funções entre os dias 27 de julho e 9 de agosto para participar de uma missão oficial em Jerusalém, Israel. O afastamento foi publicado na edição desta quinta-feira (17/7) do Diário Oficial do Estado.

O texto do despacho afirmava que ambos iriam à cidade para uma “visita técnica ao Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot)”. No entanto, a reportagem apurou que o Cecot está localizado em El Salvador, na América Central, e não em Israel, como foi informado no documento. Procurado, o governo de Minas afirmou que houve um erro na publicação e que uma nova informação será repassada em edição extra do Diário Oficial ainda nesta quinta ou na edição ordinária de amanhã.

Segundo o ato publicado, os secretários terão “ônus limitado para o Estado”. Conforme nota enviada a O TEMPO pelo governo de Minas, isso significa que "todas as despesas com passagens, hospedagem e outros auxílios serão custeadas pela Embaixada de Israel", sem custos adicionais para a gestão estadual.

Viagem cancelada

O secretário viajaria a Israel entre os dias 1º e 10 de julho, conforme publicado no DOM, mas o ato foi posteriormente tornado sem efeito. A missão trataria de temas como enfrentamento ao terrorismo, combate ao crime organizado transnacional e sistema prisional. A viagem, no entanto, foi cancelada após a escalada do conflito entre Israel e Irã.

Na mesma época, o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), estava no país com uma comitiva de prefeitos brasileiros, apesar do alerta do Itamaraty para que evitassem viagens a uma região em guerra. Durante os ataques, o grupo precisou se abrigar em bunkers e só conseguiu retornar ao Brasil após seguir por terra até a Jordânia, já que o espaço aéreo israelense estava fechado.