O prefeito de Santa Luzia, Paulo Bigodinho (Avante), afirmou, em entrevista ao programa Café com Política, do jornal O TEMPO, que o principal entrave na mobilidade urbana da Região Metropolitana de Belo Horizonte é o transporte intermunicipal, e defendeu que o governo estadual subsidie parte das passagens dos ônibus metropolitanos. “A prefeitura já subsidia o transporte municipal, o que permite à população pagar um valor menor. Mas o problema maior está nos ônibus que ligam Santa Luzia a Belo Horizonte”, disse.
Segundo Bigodinho, já houve conversas com representantes do governo Romeu Zema (Novo) sobre o tema, mas o retorno não tem sido animador. “Eles dizem que é um plano muito caro, difícil de sair do papel”, afirmou. Ele também criticou a falta de articulação entre os responsáveis pela fiscalização do serviço e as empresas que o executam. “O governo do Estado tem um distanciamento muito grande entre quem cobra e quem executa o serviço. E aí a gente tem um serviço de qualidade inferior.”
Luta pelo bilhete único
Durante a entrevista, o prefeito também defendeu a criação de um bilhete único na RMBH. “Se você cria um bilhete único, dá as mesmas oportunidades para o morador da região metropolitana que o morador da capital tem, especialmente para conseguir emprego.”, argumentou.
A pauta está sendo debatida por um grupo técnico criado pelo governo estadual em parceria com prefeituras da região metropolitana. Como o jornal O TEMPO já noticiou no início de maio, o presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), João Marcelo (Cidadania), afirmou que os estudos para a viabilidade do sistema já começaram.
Para o prefeito de Santa Luzia, a integração tarifária é fundamental para combater desigualdades no acesso a oportunidades. “Não dá para pensar em desenvolvimento regional se a pessoa precisa pagar duas passagens para chegar ao emprego. Isso pesa no bolso e afasta o cidadão.”
Entrevista concedida à jornalista Letícia Fontes