O governo de Minas Gerais e as prefeituras da região metropolitana de Belo Horizonte criaram um grupo técnico para debater a integração tarifária do transporte coletivo, de acordo com o prefeito de Nova Lima e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), João Marcelo (Cidadania). Em entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta quarta-feira (7 de maio) no canal no YouTube de O TEMPO, João Marcelo explicou que a criação do bilhete único na Grande BH é um dos principais projetos em discussão para a nova gestão da associação.
Conforme o presidente da Granbel, a integração tarifária apresenta desafios operacionais, estruturais e de governança. Apesar disso, as cidades já estão iniciando as discussões para tirar o projeto do papel. Nesta semana, João Marcelo se encontrou com representantes do governo de Minas para a criação de um grupo técnico de trabalho, que irá contar também com a participação das prefeituras da região metropolitana e de sindicatos do setor de mobilidade.
“Para que tenha esse braço de envolver outros municípios que são mais impactados e outros menos, para a gente poder, através desse grupo técnico, criar uma lógica de como seria essa integração. Hoje, os bilhetes são distintos, os valores são distintos, há sobreposição de rotas, os terminais não conversam. Então, tem muito desafio a ser enfrentado”, diz.
João Marcelo tomou posse como presidente da Granbel em fevereiro deste ano. Como novo gestor, ele espera ampliar o diálogo com as cidades da região metropolitana. Conforme o prefeito, isso já tem ocorrido, em especial, com Belo Horizonte. Ele afirma que a capital tem sido mais ativa nas discussões relacionadas à Grande BH, “se enxergando” como “grande vetor”.
“O prefeito Fuad iniciou esse processo de diálogo e o Álvaro Damião deu continuidade. Então, eu estou muito otimista que nós vamos contar cada vez mais com as contribuições tão necessárias de Belo Horizonte nesse processo.”
ICMS da educação
Outra pauta em comum que tem unido os prefeitos da Grande BH é o ICMS da Educação. Recentemente, chefes do Executivo da região, incluindo João Marcelo, estiveram em Brasília para cobrar do Supremo Tribunal Federal (STF) mais agilidade no processo que questiona a constitucionalidade da Lei 24.431/2023, que alterou os critérios de distribuição do ICMS da Educação no Estado. Conforme o prefeito de Nova Lima, o município registrou uma perda de R$ 5 milhões por ano.
“Das 15 cidades que sofreram mais perdas, oito são da Grande BH. Então, eu posso dizer que eu fui (à Brasília) mais como um representante da Granbel do que exclusivamente defendendo o interesse de Nova Lima”, afirma.