O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) admitiu que não se arrepende do episódio de agressão contra um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), que desencadeou no processo de cassação do mandato na Câmara dos Deputados. Conforme o parlamentar, o homem teria proferido xingamentos contra a sua mãe, o que o levou a ter aquela reação. Glauber comentou sobre o ocorrido durante entrevista ao programa Café com Política, exibido no canal no YouTube de O TEMPO nesta sexta-feira (9 de maio).

Conforme o deputado federal, o militante do MBL teria xingado-o por sete vezes. Nessas discussões, o homem teria direcionado os insultos à mãe de Glauber, que estava em estágio avançado do Alzheimer e veio a falecer poucos dias após o episódio.

“Você faria diferente com o provocador, que não tem o menor arrependimento de ter feito um xingamento raso à sua mãe, que estava numa situação de doença avançada?”, questiona. “Eu não vou ser hipócrita de dizer que me arrependo. Não, não me arrependo. Eu não me arrependo por um motivo bastante objetivo, porque eu defendia a honra da minha mãe em vida.”

A agressão contra o militante do MBL acabou resultando no processo de cassação do mandato do deputado federal. Para o parlamentar, essa punição seria fruto de uma “perseguição política” que vem sofrendo na Casa a partir de uma articulação do também deputado federal Arthur Lira (PP-AL).

“Ele é o ex-presidente da Câmara que já tinha dito no Plenário que ficaria muito feliz quando eu não mais ali estivesse como deputado federal, e que se aproveitou desse episódio (MBL) para se vingar e para tentar me silenciar em relação às denúncias que o mandato já fazia sobre ele e o esquema de orçamentos secretos”, acusa.

Glauber ainda defende que a cassação de seu mandato é desproporcional a outros processos disciplinares no Congresso Nacional. Ele cita, como exemplo, o caso de Chiquinho Brazão, acusado pela Polícia Federal de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, e de Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por tentativa de golpe de Estado. Nessa quarta-feira (7 de maio), a Câmara dos Deputados aprovou a suspensão da ação que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Ramagem. Com a posição da Casa, a ação contra ele é paralisada até que o mandato dele termine; ou seja, até, pelo menos, dezembro de 2026.