BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou nesta terça-feira (17) o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem chamou de "baita de um gestor". Durante discurso na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), em Presidente Prudente (SP), Bolsonaro ainda sugeriu "dar aulas particulares" para seu ex-ministro.

“Ele sentiu o gostinho da política, não sai mais. Tem um grande futuro pela frente. Um baita de um gestor. Na política já aprendeu 95%, só falta cinco. Depois eu dou umas aulas particulares para você. Se é que já não pegou com o [Gilberto] Kassab”, afirmou.

O governador de São Paulo é um dos principais cotados para disputar a Presidência da República em 2026 no campo da direita, no lugar do ex-presidente, que está inelegível até 2030. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria em um cenário de empate técnico em um segundo turno contra Tarcísio de Freitas.

Em sua fala, nesta terça-feira, Bolsonaro também afirmou que eleição sem sua presença “é negação da democracia”. Ainda segundo ele, "é possível mudar o país", mas é necessário “saber preencher os espaços com bons nomes”.

Além disso, o ex-presidente declarou que ninguém “foi mais perseguido” que ele e que isso seria resultado de ter mexido com o "sistema podre e carcomido".

“Certas coisas não sabemos como acontecem. Só Deus explica. Uma sobrevida, um mandato. E mais difícil do que um mandato é como você vai preencher os espaços. Se a gente não preencher os espaços com bons nomes, o pessoal ruim toma conta”, disse.

“Acredito que é possível mudar. Tem muita gente boa aqui no Brasil. Quando eu falo em partido não é o PL não. Tem PSD, tem gente boa, o PR. Tanta gente. E dá para mudar o destino do Brasil. Peço para nós votarmos não com coração ou emoção. Mas votarmos com razão. Espero poder estar no tabuleiro político o ano que vem. Eleição sem Jair Bolsonaro é negação da democracia”, acrescentou.

Bolsonaro afirmou a Gilberto Kassab, que é secretário de Governo de Tarcísio e presidente nacional do PSD, que precisa apenas de 50% da Câmara dos Deputados para “mudar o Brasil”, e que o restante pode ficar com outros partidos, como PSD e PR.

Tarcísio, por sua vez, agradeceu ao ex-presidente por “apostar” em seu nome e afirmou que Bolsonaro “mudou a lógica” durante seu governo. “Não consultou partidos políticos para montar o seu ministério. Pegou um cara desconhecido lá, colocou na infraestrutura”, disse, em sua fala, de acordo com o Estadão.

Sem comentar sobre 2026, o governador paulista também afirmou que Bolsonaro "ainda vai contribuir muito para o Brasil". “O senhor vai fazer a diferença. E sempre é bom estar com o presidente Bolsonaro. É uma forma de a gente reenergizar”, disse.