O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (sem partido) pretende se afastar das polarizações em 2026 e defende que os debates para as próximas eleições ocorram fora das redes sociais. Em entrevista exclusiva ao programa Café com Política de O TEMPO, exibindo no YouTube nesta quinta-feira (10 de julho), sem citar nomes, ele disse uma frase em referência a dois episódios que tiveram como protagonistas o governador Romeu Zema (Novo) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

"Se depender de mim para colocar peruca e comer banana com casca, eu não vou ser candidato a nada. A minha proposta de ser candidato ao governo de Minas é se eu puder entregar", disse Kalil, ao comentar se estará na disputa no ano que vem. “Não dá para comer banana com casca. Nós temos de tirar imposto, tem que ter um projeto de país com coragem”, continuou.

Durante a entrevista a O TEMPO, o ex-prefeito de Belo Horizonte afirmou que não é esse tipo de debate, das redes sociais, que o povo está precisando. "Não é isso que vai baratear e que vai melhorar o transporte, que vai melhorar as rodovias que estão escangalhadas no estado. É o contrário. Nós temos que sair do debate da internet, porque esse debate da internet levou o Brasil a quê? Levou Minas Gerais a quê?”, questionou.

Recentemente, Zema postou um vídeo em que comia uma banana com casca para criticar a alta no preço dos alimentos. O deputado Nikolas Ferreira usou uma peruca na Câmara dos Deputados, ao fazer um discurso. Depois, chegou a ser condenado por transfobia.

Para Kalil, “impressionar na internet é fácil”, defendendo que ocorram ações mais concretas para lidar com os problemas públicos. Se colocando como uma ‘terceira via’ para 2026, Kalil disse que é a favor de tópicos da direita e da esquerda, mas que pretende se manter afastado da polarização política.

“A minha proposta de ser candidato ao governo de Minas é se eu puder colocar para o povo mineiro a dificuldade que nós estamos hoje, porque não é só entregar ativo para o governo federal, é fazer um enxugamento de uma máquina que está emperrada há quase 12 anos sem sair do lugar. Então, se essa proposta convencer o eleitor, se os números me colocarem como candidato, eu sou candidato”, afirmou.

Para o ex-prefeito de Belo Horizonte, as discussões políticas deveriam sair das redes sociais. Ele citou, por exemplo, o caso do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), que incentivou o uso de desvio para burlar pedágio em rodovias mineiras. Apesar de dizer gostar do parlamentar, Kalil acredita que este não deveria ser o caminho a ser tomado para lidar com a situação.

“Não é desviando. É o poder de um senador de convocar o presidente da ANTT e falar ‘que preço é esse que colocou no pedágio, pode explicar para a gente?’ Então, vamos começar a tratar as coisas nesse país como tem que ser tratado”, defende Kalil.

Conforme o ex-chefe do Executivo da capital, não tratam-se de “conversinhas”, mas buscar soluções concretas para os problemas públicos.