Pré-candidato à presidência da República em 2026, o governador Romeu Zema (Novo) chamou de “tapetão” a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para restabelecer o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nesta quarta-feira (16/7). Moraes atendeu a uma ação impetrada pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Zema afirmou que discorda da decisão do ministro do STF. “E concordo ainda menos que o Lula ganhe mais essa no tapetão. O governo tem que entregar mais com o dinheiro que tem. Quem trabalha e produz não aguenta mais pagar imposto”, escreveu o governador, no X, logo após o despacho assinado por Moraes.
Em maio, Lula aumentou as alíquotas do IOF sobre uma série de operações, como, por exemplo, compras internacionais com cartões de crédito e débito, em que a taxa subiu de 3,38% para 3,5%, e crédito para empresas do Simples Nacional, em que ela subiu de 0,88% para 1,95%. Entretanto, a Câmara dos Deputados e o Senado derrubaram o decreto no mês passado.
A crítica de Zema ocorre uma semana após o governador culpar o STF pela sobretaxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações do Brasil. “As empresas e os trabalhadores brasileiros vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF”, disse ele, acusando a Suprema Corte de “censura”.
No dia seguinte, o governador ressaltou que não tem “dúvidas de que tem motivação política no julgamento de Jair Bolsonaro” por tentativa de golpe de Estado. “Também não tenho dúvida de que há tentativas de censurar a oposição a Lula nas redes sociais, de acabar com a nossa liberdade de expressão. O STF, estamos vendo, já passou dos limites”, criticou.
Em busca do espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para viabilizar sua candidatura à presidência, Zema tem intensificado os ataques ao STF. Recentemente, o governador defendeu o impeachment de ministros da Corte. “Já tivemos presidentes cassados, parlamentares cassados. Por que a magistratura seria atestado de perfeição?”, questionou ele, em entrevista ao Metrópoles.