O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (8/7) para se defender da denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que acusa o parlamentar de participar de uma “campanha de desinformação” contra o prefeito Fuad Noman, que na época era adversário do deputado estadual Bruno Engler (PL), na disputa pela prefeitura da capital mineira.
“Estão querendo cassar os meus direitos políticos por que fiz rachadinha? Por que coloquei dinheiro na cueca? Por que quebrei estatais? Não! Estão querendo me deixar inelegível porque denunciei um livro pornográfico do antigo prefeito de Belo Horizonte. Uai, não posso falar e denunciar mais não? É muita coincidência que só parlamentares de direita são perseguidos neste país”, afirmou aos deputados.
Na denúncia, Nikolas é acusado junto com Bruno Engler, de Coronel Cláudia, vice-prefeita na chapa, e também da deputada estadual Delegada Sheila (PL), de formar uma rede para utilizar trechos “descontextualizados” do livro “Cobiça”, escrito por Fuad Noman, para atacar a imagem do então prefeito da capital, falecido em março deste ano, e ter ganhos eleitorais no segundo turno da eleição municipal de 2024.
“A suposta campanha de difamação teria ocorrido nos últimos dias de campanha eleitoral, em novembro do ano passado, por meio de rádio, televisão, internet e redes sociais, o que potencializou a disseminação da desinformação e das ofensas”, diz trecho da denúncia.
Apesar de ter sido um crime praticado no contexto eleitoral, o MPMG destacou que isso não isenta a responsabilidade penal dos agentes políticos e pediu às penalidades cabíveis, entre elas a perda de direitos políticos que, segundo o Ministério Público, ocorreria apenas “após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória e que perdurará enquanto durarem seus efeitos”.
Comparação com Bolsonaro
Em sua defesa, Nikolas ainda lembrou o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “É a mesma coincidência (políticos de direita processados) que acontece com Bolsonaro. Por que ele está inelegível? É por que tentou dar um golpe? Não! É por que teve uma reunião com embaixadores. Se fosse com o Comando Vermelho tava tudo bem. O que uma reunião com embaixadores dá de voto para o Bolsonaro”, questionou o parlamentar.
Nikolas, que tem episódios polêmicos envolvendo vários de seus colegas de parlamento, lembrou um de seus últimos embates, com a parlamentar Erika Hilton (PSOL-SP), que foi questionada por ser maquiada por assessores. “No Brasil, pau que dá em Chico não dá em Francisco. Se fosse utilizar a mesma régua, quem contrata maquiador também deveria estar respondendo”, disse.
Outros acusados
Os advogados que representam Bruno Engler e Coronel Cláudia alegaram a inocência de seus clientes. A deputada estadual delegada Sheila ainda não retornou o contato.