BRASÍLIA - Irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, o Frei Chico, é alvo, até esta segunda-feira (25/8), de sete pedidos de convocação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), uma das associações investigadas pela Polícia Federal (PF) por supostos descontos ilegais.

Entre os sete, está o requerimento do relator da CPMI do INSS, Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). Os outros seis são de autoria dos deputados federais Mauricio Marcon (Podemos-RS), Delegado Fabio Costa (PP-AL) e Bia Kicis (PL-DF) e dos senadores Rogério Marinho (PL-RN), Marcos Rogério (PL-RO) e Izalci Lucas (PL-DF).      

Além de solicitar a convocação de Frei Chico, Izalci requer a quebra dos sigilos fiscal e bancário e o relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do irmão de Lula entre janeiro de 2023 e julho de 2025. Ao justificar os pedidos, o senador argumenta que é “inconcebível seu desconhecimento sobre as práticas” do Sindnapi enquanto vice-presidente. 

Em abril, logo após a PF deflagrar a operação, o diretor-geral Andrei Rodrigues afirmou que Frei Chico não é um dos investigados. “O irmão do presidente Lula não é alvo da operação, não é investigado na operação. Sei que, pela questão política, termina gerando uma onda de pessoas tentando fazer uma vinculação”, apontou Andrei, em entrevista ao canal ICL Notícias.

Presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho é, até agora, alvo de apenas três pedidos de convocação na CPMI do INSS. Os requerimentos são da deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP), do deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA) e de Rogério Marinho, um dos autores de uma das convocações de Frei Chico.

O irmão de Lula é o principal alvo da oposição, que, em reviravolta, emplacou a presidência e a relatoria da CPMI do INSS na última quarta (20/8). A derrota do Palácio do Planalto levou a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a reunir 25 parlamentares da base de governo na noite desta segunda para tentar evitar novos erros na articulação.

Horas após ser eleito presidente da CPMI do INSS, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) disse que seria “prematuro” falar em qualquer nome específico quando questionado se Frei Chico seria convocado. “Nós não estamos definindo nomes específicos, especialmente ligados à questão política. O que nós queremos primeiro é entender a responsabilidade de cada um”, ressaltou Viana.

O TEMPO Brasília tenta contato com Frei Chico, mas, até a publicação desta reportagem, o irmão de Lula não atendeu às tentativas. Tão logo o vice-presidente do Sindnapi se manifeste, o posicionamento será acrescentado. O espaço segue aberto.

Prevista para esta terça (26/8), a primeira reunião da CPMI do INSS terá 35 requerimentos em pauta. Os primeiros pedidos de convocação a serem analisados pelos senadores e deputados federais envolvem três ex-ministros do Trabalho e da Previdência, um ex-secretário da Previdência e dez ex-presidentes do INSS desde o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).