Com críticas ao funcionamento da democracia brasileira, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), focou suas críticas no Poder Judiciário e deu a entender que, caso eleito, irá perdoar Jair Bolsonaro (PL), que, de acordo com o governador mineiro, seria vítima de um julgamento com cartas marcadas.
“Esse tipo de julgamento tendencioso vai continuar. Não deve mudar nesta última semana. Até agora tem sido assim e deve continuar”, afirmou o governador ao concordar que se trata de um julgamento de cartas marcadas. Para Zema, existe uma perseguição contra políticos de direita dentro do judiciário.
Romeu Zema foi o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (25/8). Ele disse que o país vive um momento de “disfuncionalidade” democrática com um desequilíbrio entre os poderes.
“Estamos assistindo no Brasil, nos últimos anos, uma disfuncionalidade total dos poderes. No IOF, o que o Congresso fez e o que o Supremo fez? O Congresso representa o povo e a nação, o Congresso foi contra e o Supremo disse não: vamos cobrar o IOF independentemente do que o Congresso definiu. Onde tem ser humano tem erro. Na Polícia Militar, por exemplo, temos 99.5% de pessoas honestas. Aqueles 0,5% que sobram a procuradoria pune e afasta; mas no judiciário parece que ninguém erra, é 100%”, argumentou.
O governador de Minas Gerais ainda negou a existência da tentativa de golpe em 2023 e criticou a atuação do judiciário no tema. “Em nenhum outro lugar do mundo uma pessoa que escreveu com batom em um monumento público seria condenada a 14 anos de prisão. Precisa punir, de acordo com a pena que a lei determina para invasão e depredação, e não para atentado contra a democracia”, disse.
Pré-candidatura de Zema
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi oficialmente lançado como pré-candidato à Presidência da República em evento nacional do Partido Novo, no início de agosto (16/8). O anúncio foi feito em São Paulo, em um evento com a presença das principais lideranças da legenda.
A entrevista ao Roda Viva, na noite desta segunda-feira (25/8), faz parte da estratégia adotada pelos marqueteiros do governador mineiro para nacionalizar o nome de Zema e torná-lo mais conhecido em outras regiões do país.
A candidatura do governador mineiro deve disputar votos no campo da direita, base eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente está inelegível e não poderia disputar a eleição presidencial do próximo ano. Ele é um defensor da ideia de que os partidos de direita devem lançar diversas candidaturas no primeiro turno para conseguir uma base consistente e capaz de fazer frente ao presidente Lula (PT), que pode disputar a reeleição, em um eventual segundo turno.