Em eleição para a Prefeitura de São José da Varginha, na Região Central de Minas Gerais, neste domingo (3/7), Josiana Soares de Carvalho Santana (PV) perdeu por 157 votos para Victor Paulino de Melo Pereira, o “Victor Gordo da Saúde”. Ela recebeu 1.430 votos, 45,88% dos votos válidos, enquanto o vencedor conseguiu 1.587 (50,91%). Na urna, a candidata derrotada estava registrada como “Josi Irmã do Netinho”, em alusão a José Alves de Carvalho Neto, o Netinho (PP), que foi o mais votado nas eleições do ano passado, mas não pôde assumir a prefeitura por ter uma condenação por tráfico de drogas.  

Eleições suplementares foram convocadas pela Justiça Eleitoral após todas as possibilidades de recursos terem sido usadas por Netinho, confirmando que ele não podia assumir a prefeitura por conta da Lei da Ficha Limpa. Ele tentou manter sua influência na gestão, mas a irmã foi derrotada. Ela se manifestou no Instagram depois da apuração: “eu só tenho a agradecer a cada um”, afirmou. 

Com o resultado, Victor se tornou o 59º prefeito eleito pelo partido Avante em Minas neste último pleito. O partido figura entre os dez que mais elegeram prefeitos no estado. O candidato recebeu apoio da deputada estadual Carol Caram, também do Avante. Ele também é pai do vereador João Victor Soares Pereira (Podemos), de São José da Varginha. 

Durante sua campanha, “Victor Gordo” ainda contou com o apoio do senador Cleitinho (Republicanos) e do seu suplente, Alex Diniz, administrador da rede milionária de supermercados Coelho Diniz, com sede em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Alex também faz movimentações nos bastidores da política, realiza doações a candidatos e tem trânsito entre vários políticos. Antes filiado ao Republicanos, o empresário atualmente está sem legenda. 

No Instagram, Victor agradeceu pela vitória: “a gente vai mostrar para eles que eles não confiaram na pessoa errada”, afirmou. Em terceiro lugar, ficou Mateus Augusto Soares dos Santos, do PSB. Ele obteve 100 votos, 3,21% do total.

Compareceram às urnas 3.202 eleitoras e eleitores, de um total de 3.830, o que representa 83,60% do eleitorado apto a votar do município. O percentual de abstenção ficou em 16,40% (628 eleitores). Foram registrados 25 votos em branco (0,78% do total de votos) e 60 votos nulos (1,87%). 

A diplomação do candidato eleito deve ocorrer até o dia 25 de agosto de 2025. Enquanto isso, o presidente da Câmara Municipal, Sirley da Silva de Oliveira (PP), continua como prefeito interino. Ele é aliado político e correligionário do prefeito impedido, chegando a nomear Netinho como secretário municipal. A Justiça suspendeu a indicação

Eleições por Minas 

Guapé (Sul de Minas) é outra cidade mineira já passou por eleições suplementares neste ano. Isso porque o vencedor em 2024, Thiago Câmara (PSDB), teve sua candidatura impugnada. No pleito do início de julho, ele lançou a sua mulher, Rayza Câmara (Republicanos), para a prefeitura, mas ela foi derrotada por Dr. Pedro (PL). 

Outros dois municípios mineiros ainda podem passar por eleições neste ano, dependendo do desfecho de processos em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Mercês, na Zona da Mata, corre o recurso de Donizete Calixto (Mobiliza), que teve a candidatura indeferida por causa de uma condenação criminal. 

Já em Bonito de Minas, no Norte do estado, o indeferimento do registro de Dílson de Senhorinha (União Brasil), mais votado em 2024, está sob análise da Corte Eleitoral. Ele foi condenado por abuso de poder político durante as eleições de 2020, quando também disputou a prefeitura, o que resultou em sua inelegibilidade. Até o momento, 17 pleitos “extras” foram convocados no Brasil neste ano