Na posse do novo secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, nesta quarta-feira (6/7), o governador Romeu Zema (Novo) criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e afirmou que os dirigentes públicos precisam dar exemplo. A crítica vem após Zema já ter se posto contrário à decisão de Moraes de colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar. A declaração foi dada na Cidade Administrativa.
“É importantíssimo uma boa merenda, professores bem preparados, uma escola confortável, aprazível, onde os estudantes se sentem bem, mas não adianta nada isso se os exemplos dos dirigentes, principalmente os públicos, não forem bons”, iniciou Zema.
“Eu estou falando de prefeito, vereador, deputado, governador, juiz, policial… essas pessoas têm obrigação de darem bons exemplos. E infelizmente, no Brasil, às vezes nós temos visto o oposto”, afirmou, citando o caso do “ministro do Supremo fazendo o ato obsceno”.
O mandatário se refere a um gesto obsceno feito por Moraes horas após ele ser sancionado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Ele fez o gesto do camarote da Neo Química Arena, no jogo entre Corinthians, seu time do coração, e o Palmeiras, depois de ser provocado por pessoas da arquibancada.
Discurso
Zema também fez referência a Silvio Almeida, ex-ministro de Direitos Humanos do governo Lula, ao apontar o que considera um mau exemplo na administração pública. Silvio foi exonerado em setembro passado após acusações de assédio.
“Um ministro lá de Brasília assediando uma colega de trabalho, e por aí vai. Isso tem um peso muito grande, talvez maior do que nós imaginamos. Não adianta só a educação dentro da escola, essa educação fora é necessária”, defendeu o governador.
Em sua fala, Zema agradeceu a contribuição de Júlia Sant’Anna, que comandou a Secretaria de Educação desde o início de sua gestão, em 2019, até agosto de 2022, quando foi substituída por Igor Alvarenga. Ele deixou o cargo em julho deste ano, no mesmo dia em que foi nomeado o novo secretário. O governador afirmou que gerir a educação em 853 municípios é um desafio, sobretudo diante da dívida de mais de R$ 160 bilhões que Minas Gerais deve à União.
“Isso tem representado uma sangria muito grande, mas eu, que estou caminhando para o fim da minha gestão, fico muito confiante que eu terei sido o último governador de Minas a passar por essas grandes dificuldades”, afirmou, colocando o Propag como um “divisor de águas” no pagamento da dívida.