BRASÍLIA - Movimentos de direita e de esquerda foram às ruas em Brasília na manhã deste domingo (7/9), feriado da Independência. Separados por cerca de 1,3 quilômetro e próximos de onde ocorreu o desfile cívico-militar de 7 de setembro, reivindicaram pautas distintas.

No entanto, houve um ponto em comum nos dois atos: as críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pedidos de “fora, Motta”.

Do lado bolsonarista, a principal reclamação é o fato de o deputado não pautar o projeto da anistia ao 8 de janeiro, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também houve críticas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por segurar pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Gritos e faixas de “fora Moraes” e contra a “ditadura da toga” também foram frequentes, além de faixas de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, com faixas em ingl&234;s, como “America save Brazil” (América, salve o Brasil). Bandeiras de Israel também eram empunhadas pelos manifestantes. 

Nos pedidos de anistia “ampla, geral e irrestrita”, os manifestantes levaram faixas em homenagem a presos do 8 de janeiro, como a “Débora do batom”. Também foram feitas menções ao ex-deputado federal Daniel Silveira, preso por fazer ameaças a ministros do STF.

Um caminhão de som com músicas da campanha de Bolsonaro em 2022 animava os presentes, que também entoavam faixas como “soberano é o povo”, em meio à campanha do governo Lula pela soberania nacional, e homenagens ao ex-presidente.

Manifestações da esquerda 

Pelo lado esquerdista, Hugo Motta foi chamado de “traidor”. Nos últimos meses, ele tem acumulado desgastes com o governo federal em temas como o reajuste do IOF e a taxação dos “super-ricos”.

Em um dos discursos, um militante de um movimento social disse que o Congresso está “infestado de fascistas” e que é preciso tirá-los de lá. Também houve gritos de apoio ao deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que estava presente e enfrenta um processo de cassação na Câmara.

Além dos gritos de “sem anistia”, outras pautas predominantes foram o fim da escala de trabalho 6x1 e o apoio à causa palestina, com bandeiras e camisas da Palestina. Alguns poucos manifestantes foram vestidos de verde e amarelo, em meio à campanha do governo Lula para “resgatar” os símbolos nacionais.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), aliado de Bolsonaro, foi outro alvo preferencial dos esquerdistas. O ex-interventor federal no Distrito Federal Ricardo Cappelli (PSB), que é pré-candidato ao governo local, estava no ato.