BRASÍLIA - O feriado da Independência do Brasil, neste domingo (7/9), será novamente marcado por manifestações tanto à direita quanto à esquerda pelo país, como tem ocorrido nos últimos anos.
Desta vez, os temas principais serão a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), para a oposição; e a defesa da soberania nacional contra as ações do governo dos Estados Unidos, para os governistas.
Em Brasília, os dois atos estão marcados para o mesmo horário, às 10h, separados por uma distância de aproximadamente 1,3 quilômetro. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal preparou um esquema para que ambos não se encontrem.
Os protestos acontecem durante o julgamento do ex-presidente na Primeira Turma do STF. Já foram proferidas as manifestações da acusação e das defesas dos oito réus do “núcleo crucial” da suposta trama e, a partir de terça-feira (9/9), será conhecido o voto de Moraes e dos outros quatro ministros da Turma. O julgamento deve ser encerrado na sexta-feira (12/9).
Além da anistia a Bolsonaro, a aliados e a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, o ato bolsonarista vai ter como alvos ministros do Supremo, principalmente Alexandre de Moraes, relator da ação penal da suposta trama golpista.
Preso em regime domiciliar, Bolsonaro não vai comparecer às manifestações e não deve se manifestar publicamente sobre os protestos. Na última vez em que fez isso, em agosto, Moraes entendeu que ele descumpriu as medidas cautelares impostas e decretou sua prisão em domicílio.
Manifestações pelo país
O principal ato dos bolsonaristas deve acontecer na Avenida Paulista, em São Paulo, durante a tarde, com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).
Também são esperados o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que mais cedo devem marcar presença nos protestos em Belo Horizonte, na Praça da Liberdade.
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL) devem comparecer à manifestação na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Atos da esquerda
A mobilização da esquerda foi convocada pelo PT, com o mote “Povo Independente é Povo Soberano”. O foco será “defender o país das ameaças à sua soberania e também fortalecer a nossa democracia”, de acordo com o partido. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai ao tradicional desfile cívico-militar, na Esplanada dos Ministérios, mas não deve comparecer aos atos.
A manifestação será incorporada ao Grito dos Excluídos e Excluídas, que terá a sua 31ª edição e sempre acontece no dia 7 de setembro, em contraponto ao desfile da Independência. Neste ano, o lema será “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, tratando também da temática ambiental.
Porém, o foco dos manifestantes deve ser a defesa da soberania contra o tarifaço e as sanções impostas pelo presidente americano, Donald Trump, a autoridades brasileiras; e contra a anistia, pela condenação de Bolsonaro e seus aliados.
Os organizadores farão, ainda, um “plebiscito popular” para coleta de votos a favor da redução da jornada de trabalho e pelo fim da escala 6x1, além do imposto para os “super-ricos”.
Os atos da esquerda também se vão se espalhar pelo país. Em São Paulo, com a presença de centrais sindicais, estão marcados para a Praça da República, às 9h. E em Belo Horizonte, para o mesmo horário, na Praça Raul Soares.