O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, defendeu que o governo Lula tem adotado medidas para reembolsar os aposentados e pensionistas que foram lesados pela fraude do INSS. A declaração foi dada em entrevista ao Café com Política, exibida nesta segunda-feira (8/9) no canal de O TEMPO no YouTube.
A investigação em curso estima um prejuízo de R$ 6,3 bilhões provocado pelo desvio de recursos de aposentados e pensionistas no período de 2019 a 2024. Parte da base e da oposição ao governo tem atacado uns aos outros para responsabilizar a gestão que teria permitido o rombo, mas o período abrange o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É bom sempre lembrarmos que quem denunciou as fraudes do INSS foi o governo do presidente Lula. A Controladoria-Geral da União detectou, a Polícia Federal apurou e nós tornamos público o que estava acontecendo. Portanto, foi no nosso governo que nós tornamos público o que estava acontecendo e também tomamos as medidas para reembolsar os aposentados que foram lesados”, declarou o presidente do partido.
Até julho deste ano, cerca de 500 mil aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Serviço Social) já foram reembolsados pelo governo federal em razão dos descontos indevidos relacionados à fraude, conforme demonstrou O TEMPO. Segundo balanço divulgado pelo INSS, o reembolso já chegou a cerca de R$ 330 milhões, em dois dias.
Um plano de trabalho foi instaurado por uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os anos de 2015 a 2025. Nesta segunda-feira (8/9), às 16h, os parlamentares da Comissão ouvirão o ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi. O ministro comandou a pasta entre janeiro de 2023 e maio de 2025, já no governo Lula.
Para Edinho Silva, Lupi “tem todas as condições de demonstrar o que de fato aconteceu no INSS quando esteve à frente do ministério”. O dirigente petista reforçou ainda que “os fatos ocorreram desde o último governo e precisam ser apurados. Precisam ser passados a limpo e os responsáveis por esse total desrespeito aos aposentados paguem criminalmente pelos seus atos”.
De olho em 2026
O presidente do partido também comentou as movimentações eleitorais do PT para 2026. Segundo ele, a direção nacional tem percorrido os estados em busca da “melhor tática eleitoral”.
“Eu tenho dito que essa eleição será definida na construção dos palanques dos estados. Então, nós vamos dialogar com a realidade de estado por estado, tentando construir a melhor política de alianças possível para o presidente Lula, mas também construir política de alianças com os nossos aliados para que a gente possa eleger governadores, eleger senadores, senadoras e, claro, melhorar a nossa representatividade tanto na Câmara dos Deputados como nas assembleias”.
Silva acrescentou que o partido, que completou 45 anos em fevereiro, precisa investir na “transição geracional”. “Nós precisamos construir novas lideranças, lideranças que consigam entender a complexidade dessa sociedade do século XXI. O que nós estamos vivendo, é claro, dialogando com novas propostas”, declarou o dirigente.
Tarifa Zero e outras propostas
Na entrevista, Edinho apresentou ainda algumas das pautas que o PT pretende defender no curto prazo. Entre elas, estão a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o financiamento da tarifa zero no transporte público, ações de desenvolvimento sustentável para a Amazônia Legal, melhorias no financiamento do SUS para reduzir filas de exames e cirurgias eletivas, além da universalização da educação integral.
“São temas importantes para que a gente debata não só o Brasil de agora, mas a construção do país, os nossos sonhos, que é um Brasil que cresça de forma sustentável, sem privilégios e com igualdade de oportunidades”, concluiu.