Operação

Alexandre de Moraes mandou bloquear redes sociais de investigados

Ministro do Supremo justificou decisão dizendo que as postagens em redes sociais contêm graves ofensas a esta Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio e de subversão da ordem

Por Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2019 | 11:02
 
 
 
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Além da busca e apreensão na residência de sete pessoas, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mandou bloquear as redes sociais dos investigados. As informações são do Blog do Fausto Macedo, do jornal "O Estado de S.Paulo", que teve acesso ao mandado expedido pelo ministro.

O general da reserva Paulo Chagas, o membro da Polícia Civil de Goiás Omar Rocha Fagundes, Isabella Sanches de Sousa Trevisani, Carlos Antônio dos Santos, Ermínio Aparecido Nadini, Gustavo de Carvalho e Silva e Sérgio Barbosa de Barros foram alvo das buscas e apreensões realizada pela Polícia Federal.

Para justificar o bloqueio das contas no Facebook, no WhatsApp, no Twitter e no Instagram, Alexandre de Moraes disse que as postagens em redes sociais contêm "graves ofensas a esta Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio e de subversão da ordem". O ministro ainda disse que documentos e informações coletados pela investigação apontam "sérios indícios da prática de crimes".

“Autorizo desde logo o acesso, pela autoridade policial, aos documentos e dados armazenados em arquivos eletrônicos apreendidos nos locais de busca, contidos em quaisquer dispositivos”, diz trecho do mandado assinado por Moraes. “Após a realização das diligências, todos os envolvidos deverão prestar depoimentos”, ordena outro trecho.

Justificativas

Segundo Alexandre de Moraes, as mensagens escritas por Paulo Chagas são "propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política e social com grande repercussão entre seguidores". O ministro destacou que "em pelo menos uma ocasião, o investigado defendeu a criação de um Tribunal de Exceção para julgamento dos ministros do STF ou mesmo para substitui-los". 

Omar Rocha Fagundes, de acordo com Moraes, publicou uma mensagem em 14 de março de 2019 com a frase "o nosso STF é bolivariano, todos alinhados com narcotraficantes e corruptos do país". O ministro destacou que Omar anda "constantemente armado". "Em outra postagem, incita a população a impedir o livre exercício dos Poderes da União, afirmando que "O Peru fechou a corte suprema do país. Nós também podemos! Pressão total contra o STF (publicação de 16 de março de 2019)", citou o ministro. 

Moraes apontou também uma mensagem escrita por Isabella Sanches de Sousa Trevisani em 23 de março. "STF Vergonha Nacional! A vez de vocês está chegando." Carlos Antônio dos Santos, segundo o ministro do STF, incitou a população "a impedir o livre exercício dos Poderes da União, afirmando que 'é desanimador o fato de tantos brasileiros ficarem alheios ao que a Quadrilha STF vem fazendo contra a nação". A mensagem foi escrita em 14 de março. 

De acordo com o ministro, Erminio Aparecido Nadin também propagou "alteração da ordem política e social, compartilhando publicações como a de 21 de março". "Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo. Destituição e prisão. Fora STF", escreveu o investigado, segundo a decisão. Moraes destaca ainda que Erminio Aparecido Nadin imputou "fato ofensivo à reputação dos ministros" escrevendo: "Máfia do STF: empunha papeis e canetas, protege criminosos, cobra propina de proteção de corruptos, manipula a lei, mata pessoas". 

Defesas. O general Paulo Chagas afirmou ter certeza que os mandados de busca têm relação com o que ele escreve. "Escrevo sobre o STF há muito tempo. Evito falar mal da Corte, Mas não de atos de pessoas da Corte. Estou em Campinas. Minha reação é de achar graça", disse. "Não tenho nada para esconder. Tudo o que faço e falo coloco no meu blog." A reportagem tanta falar com todos os outros citados. O espaço está aberto para as manifestações. (Com Estadão Conteúdo)

 

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